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domingo, 2 de janeiro de 2011

MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL) - Tabaco

CRÉDITOS DE CARBONO
Desde os 15 anos de idade, o auxiliar administrativo Renato de Oliveira Brasson, de Mogi das Cruzes, atualmente com 26 anos, consome um maço de cigarros por dia. Ele não sabia, mas, além dos riscos próprios com o tabagismo, cada um de seus cigarros leva a uma emissão de dióxido de carbono na atmosfera de 5,02 ppm (partes por milhão), segundo estudo realizado pelo Instituto do Coração de São Paulo.
No Brasil, há 24 milhões de fumantes habituais, segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Se cada um desses fumantes consome a mesma quantidade de cigarro que Brasson, eles emitem 879.504 toneladas de dióxido de carbono por ano.
O volume de um dos gases de efeito estufa (GEE) é considerado grande por especialistas e serve de alerta sobre o quanto o Brasil perde em créditos de carbono enquanto não regulamenta projetos que envolvam a população nos mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL).
O País poderia arrecadar mais de R$ 34 milhões, valor adquirido no primeiro leilão do carbono realizado pela Prefeitura de São Paulo em 2007, em projetos antitabagismo a partir da utilização de créditos de carbono.
Desde a assinatura do Protocolo de Kyoto, países em desenvolvimento que não possuem compromisso de reduzir a emissão dos GEEs na atmosfera podem fazê-lo de forma voluntária, comercializando estas reduções nos mercados voluntários.
Segundo o coordenador da campanha ''Mais Vida, Menos Lixo'', o ambientalista, economista e teólogo José Vicente Pimenta, existem no Brasil, hoje, projetos de MDL em aterros sanitários, produção de álcool, usinas de energia eólica e hidrelétricas, além da troca de combustível fóssil por energia renovável.
''Por isso, essa emissão de 879.504 toneladas de dióxido de carbono em um ano, feita apenas pelos fumantes, é muito alta e deveria ser preocupante para o País. Só para se ter uma ideia, em 2007 a Prefeitura de São Paulo vendeu, em um leilão, 808.450 toneladas de dióxido de carbono provenientes dos aterros Bandeirantes e São João, por R$ 34 milhões. Isso quer dizer que, se houver uma política pública voltada para a redução da emissão por fumante, conseguiremos arrecadar mais do que isso e aplicar em projetos sociais'', destacou.
O gasto anual com o diagnóstico e tratamento de doenças causadas pelo tabagismo passivo chega a R$ 19,15 milhões, segundo dados também de 2008 do Sistema Único de Saúde.
''O crédito de carbono ainda é um assunto distante da vida cotidiana; promover ações como esta vai trazê-las para a preocupação com o meio ambiente'', argumenta o presidente da Defesa Social, Leonardo Morelli, que estuda o desenvolvimento do projeto.
Até Brasson é a favor do estudo. ''Eu não fazia ideia de quanto poluía o ar. Agora, sabendo deste prejuízo ao meio ambiente, sou totalmente a favor de um projeto que incentive as pessoas a pararem de fumar, gerando créditos por isso.'', afirmou.
(Fonte: O Estado de S.Paulo-ABEAD)

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