GRAVIDEZ DE RISCO |
Basta a barriga aparecer ou a gestante reclamar de enjoo para para ouvir algumas explicações malucas sobre a causa de sintomas típicos da gravidez. Entre elas, a famosa teoria de que barriga pontuda é sinal de que vem menino, ou que a azia é provocada pelo crescimento do cabelo do bebê. Duas afirmações que não passam de mito, segundo especialistas ouvidos pelo UOL Ciência e Saúde.
Algumas especulações estão ligadas à cultura de determinadas regiões do país, como a ideia de que, se a gestante colocar uma flor no cabelo, a criança nascerá com uma mancha vermelha no rosto. Ou que se guardar uma chave junto aos seios ela nascerá com fenda labial.
"Nada disso é verdade; nada que a mulher coloque sobre o corpo afetará o bebê”, comenta a psicóloga Vitoria Pamplona, integrante do Centro de Estudos e Atendimento a Mulheres e à Infância e uma das autoras do recém-lançado livro “Da Gravidez à Amamentação” (Integrare Editora).
Certas crendices beiram o absurdo, como achar que, se a grávida tiver um desejo incontrolável de comer jaca e não o saciar, a criança nascerá com alguma característica da fruta. Mas o alerta, por mais surrealista que seja, pode até ter utilidade, já que a vontade de comer determinado alimento na gravidez pode indicar alguma carência nutricional.
Pedir para o marido sair de madrugada para comprar uma iguaria também pode ser só uma forma de pedir atenção, o que não significa que o capricho deva ser tratado com desdém. “Eu, como médico e pai de dois filhos, aconselho a satisfazer sempre que possível os desejos alimentares das grávidas, a menos que impliquem em algum risco à saúde. Podemos aproveitar a oportunidade e atender determinados desejos como um gesto de carinho e atenção, mesmo que isso não implique em carência nutricional”, menciona o obstetra Alberto Jorge Sousa Guimarães, do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Outras afirmações chegam a colocar a gestante e o bebê em risco e, felizmente, já saíram de moda, como o conselho de ingerir cerveja preta para estimular o aleitamento. Especialistas garantem que a bebida não faz a mulher produzir mais leite. Além disso, o consumo de álcool em excesso pode trazer prejuízos sérios ao bebê (lembre-se que as substâncias ingeridas pela mulher são transmitidas à criança pelo leite).
“A amamentação independe de alimentação específica e sim do estímulo mecânico”, esclarece o médico Mário Martinez, chefe de obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz.
Para evitar problemas, vale a pena consultar um especialista antes de seguir certos conselhos populares sobre a gravidez, por mais inocentes que pareçam.
(Fonte: UOL - Ciência e Saúde - http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=9785)
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