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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"EU SOU MAIS EU!"

O que aconteceria se você formasse uma forte opinião sobre um assunto, e depois descobrisse que a maioria das pessoas não concorda com você? Você pode se inclinar a pensar que tal descoberta poderia encorajar-lhe a repensar suas crenças. Mas um novo estudo sugere que talvez não, que o mais provável é que ocorra o oposto. Segundo o estudo, as pessoas ficam mais confiantes em algumas crenças quando elas descobrem que a maioria das pessoas não concorda com elas.
"Pode ser que você se sinta orgulhoso porque foi capaz de refutar, em sua própria mente, uma opinião que a maioria das pessoas aceitou," pondera Richard Petty, da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, coautor do estudo. "Você realmente se torna duplamente convicto de que estava certo," diz ele.
Segundo o pesquisador, esta pesquisa dá continuidade a uma longa tradição em psicologia de analisar como as pessoas são influenciadas pela opinião da maioria ou da minoria a respeito de um determinado assunto.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que a opinião majoritária tem maior influência sobre as pessoas quando elas pensam sobre questões que não são tão importantes para elas pessoalmente ou sobre questões com as quais elas não querem despender muito esforço pensando.
"Se uma decisão não é importante, muitas vezes parece mais fácil apenas concordar com o que todo mundo está pensando," diz Petty.
Já a opinião da minoria tem influência algumas vezes, principalmente sobre questões que as pessoas estão motivadas a analisar cuidadosamente.
No entanto, trabalhos anteriores haviam focado em situações nas quais as pessoas descobriram a opinião da maioria antes de terem pensado muito sobre a questão.
Petty e seus colegas da Universidade de Madri, na Espanha, abordaram a problemática de um ângulo diferente: o que acontece quando as pessoas descobrem a opinião da maioria sobre um tema depois que já terem formado sua própria opinião a respeito dele?
Os experimentos mostraram que, quando os participantes consideravam fracos os argumentos que tentavam convencê-los sobre um assunto, sua opinião tornava-se ainda mais forte quando eles descobriam que a maioria havia concordado com os argumentos.
"As pessoas podem estar pensando 'se eu pude encontrar falhas naquilo em que a maioria das pessoas acredita, então meus pensamentos devem ser realmente bons'," diz Petty.
A chave para esta descoberta foi fazer com que as pessoas tivessem que pensar antes sobre o assunto e desenvolver suas próprias ideias. Mais tarde, o fato de saber que a maioria pensava diferente serve como um auxílio para validar suas próprias ponderações.
Mas isso significaria que pensar diferente da maioria tem algum valor intrínseco? Provavelmente não, mas a pesquisa não foi moldada para validar os próprios argumentos, apenas a sua sustentação.
(Fonte:diariodasaude.com.br)

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