Os tumores da próstata que se estendem para outros órgãos do corpo são controlados com intervenções que visam reduzir os níveis da testosterona no sangue, orientação que também é usada nos casos mais simples, que não precisam de tratamento radical. A testosterona é o hormônio produzido pelos testículos, responsável pelas características masculinas do homem e que nos pacientes com câncer da próstata transforma-se num dos principais combustíveis que alimenta o tumor.
Quando as taxas sanguíneas de testosterona são anuladas, todas as lesões prostáticas presentes no organismo sofrem uma involução marcante. Na prática, esse objetivo é alcançado com a remoção dos testículos ou com medicações que inibem a produção ou a penetração da testosterona na próstata. Tais medidas costumam ser bem toleradas, mas podem produzir disfunção sexual, com perda da libido e dificuldade com a ereção peniana.
Com o passar do tempo, essas intervenções ou medicamentos costumam perder seu efeito terapêutico, mas a doença pode permanecer sob controle por muitos anos com mudanças sucessivas nas alternativas hormonais. Em alguns pacientes, o tumor deixa de reagir a esses tratamentos e para eles existe uma notícia auspiciosa.
Nova droga
Uma nova droga, a abiraterona, foi recentemente testada na Inglaterra e nos Estados Unidos, em pacientes com formas agressivas e resistentes de câncer da próstata e mostrou intensa atividade antitumoral, inclusive em casos onde as esperanças se esvaiam.
Com baixa toxicidade, a abiraterona produziu regressão da doença em quase 70% dos pacientes e muitos mantinham-se bem quando esses estudos foram publicados.
Ainda indisponível comercialmente, é provável que a abiraterona seja prontamente liberada para uso clínico e venha a ter um papel relevante no tratamento dos pacientes com câncer da próstata.
(Fonte: Miguel Srougi, professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e pós-graduado em urologia pela Harvard Medical School, em Boston-noticias.uol.com.br)
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