ASMA e DEPRESSÃO

A asma pode afetar muito mais do que a capacidade respiratória de uma pessoa, tendo influência significativa em sua saúde psicológica, segundo estudo publicado na edição de março da revista científica Chest.

Em revisão de dados de mais de 186 mil pessoas, os pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos observaram que pessoas asmáticas são mais propensas a ter depressão e ansiedade do que aquelas que não têm problemas respiratórios.

Os resultados indicaram uma taxa de distúrbios psicológicos de 7,5% nas pessoas com asma, contra apenas 3% entre a população geral do estudo. "A prevalência de sofrimento psicológico grave foi 2,5 vezes maior entre os adultos com asma, e, com o aumento dos distúrbios psicológicos sérios, há uma redução na qualidade de vida relacionada à saúde.

A asma piora a qualidade de vida e o sofrimento psicológico grave também piora a qualidade de vida; juntas, elas sinergicamente fazem a qualidade de vida ainda pior", ressaltou o pesquisador David Callahan.

De acordo com os autores, essas descobertas podem ser aplicadas para outras doenças crônicas, como diabetes, e os distúrbios psicológicos podem atrapalhar o controle adequado dessas condições. "Qualquer tipo de sofrimento mental dificulta sua habilidade de controlar a doença bem, seja ela asma, diabetes ou outra", disse o pesquisador Emeka Oraka. E, segundo o especialista, esses resultados representam um sinal de alerta para os profissionais de saúde.

"Problemas psicológicos são um poderoso indicador de qualidade de vida, ainda mais na presença de doenças crônicas. Não devemos desconsiderar a importância da saúde mental para esses pacientes", concluiu.

O estudo não explica, porém, se a asma propriamente causa problemas psicológicos, ou se os medicamentos usados por pessoas com problemas respiratórios podem cumprir um papel nessa relação, ou, ainda, se as pessoas com depressão e ansiedade são mais propensas a apresentar sintomas de asma. Por isso, os especialistas recomendam mais estudos sobre o assunto e maior atenção dos médicos para a maior prevalência de problemas de saúde mental em pacientes com doenças crônicas. (Fonte: Chest-Março de 2010/ABEAD)