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quarta-feira, 17 de março de 2010

CATARATA

O uso de uma classe de antidepressivos conhecida como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) pode aumentar em 15% os riscos de desenvolvimento de catarata - condição marcada por embaçamento visual progressivo -, segundo estudo da Universidade de British Columbia, Canadá.
De acordo com os pesquisadores, esse efeitos dos medicamentos podem causar cerca de 22 mil casos extras de catarata por ano nos Estados Unidos.
"Este estudo mostra, pela primeira vez, que o uso dos ISRS pode estar associado com um aumento nos riscos de catarata", destacou o pesquisador Mahyar Etminan. Porém os autores destacam que o estudo ainda não comprova que os antidepressivos causam catarata, e, mesmo que esse efeito seja comprovado, os riscos permanecem relativamente pequenos.
Avaliando dados de mais de 18,7 mil pacientes com catarata e 187 mil pessoas saudáveis - todos eles em tratamento para doença cardíaca - no período entre os anos de 1995 e 2004, os pesquisadores descobriram que aqueles que usavam os antidepressivos - mas não aqueles que já haviam usado e parado - tinham maior risco de catarata. Entretanto, apenas 8,5% dos pacientes com catarata já haviam tomado os inibidores de recaptação de serotonina.
De acordo com os autores, os riscos de catarata variaram entre 23% e 39%, dependendo do antidepressivo usado, com um aumento geral de 15% com o uso dos antidepressivos ISRS. Considerando que cerca de 10% dos americanos tomam essa classe de medicamentos, os pesquisadores calculam que aproximadamente 22 mil casos extras de catarata são causados anualmente pelo uso de antidepressivos.
Os especialistas destacam que o estudo não indica as razões dessa relação, mas explicam que esse tipo de antidepressivo aumenta a quantidade de serotonina no cérebro, e a lente dos olhos tem receptores de serotonina - o que poderia deixar os olhos mais opacos e levar à catarata. Porém os resultados ainda devem ser confirmados em outros estudos antes de uma conclusão.(Fonte: Ophthalmology. 07 de março de 2010/ Bibliomed/SIS.SAÚDE)

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