Para muitos, ter cálculo renal significa muito sofrimento. Quem já passou por uma crise de dor provocada por este problema diz que é uma das piores que já observou.
Na Europa, cerca de 10%-15% da população sofre deste problema de forma assintomática e a cada ano 2% desenvolve esta condição.
Três mecanismos estão implicados no desenvolvimento do cálculo renal: supersaturação da bile com o colesterol, formação de microcristais e estasi da glândula biliar.
Alguns estudos tem demonstrado a relação entre o benefício da atividade física em reduzir os casos de cálculos renais, a partir do aumentodo HDLc pois, esta molécula tem uma relação inversa com esta condição. O HDLc é um precursor do ácido da bile, um importante componente para reduzir alitogecidade da bile.
A atividade física tem um efeito pró-cinético no intestino, incluindo aumento dos níveis da colecistocina que acaba estimulando a contratilidade da vesícula biliar e previne a estasi da bile.
Entretanto, poucos estudos prospectivos procuraram observar esta relação. Paul J.R. Banim e colaboradores pesquisaram e publicaram no European Journal of Gastroenterology & Hepatology em 2010, a relação entre o nível de atividade física e a incidência de cálculos renais.
Para tanto, 25.639 voluntários com idade entre 40-74 anos, recrutados do European Prospective Investigation of Câncer (EPIC) responderam um questionário (auto-aplicavel) sobre o nível de atividade física. De acordo com as resposta foram divididos em quatro grupos (Inativos, ModeradamenteInativos, Moderadamente Ativos e Ativos).
Para a identificação dos casos, em junho de 2007, após 14 anos de acompanhamento, o histórico dos arquivos da EPIC foi utilizado. Esses dados estavam de acordo com os dos centros de saúde de Norfolk e também com o Código Internacional de Doenças (CID-10). Todos os casos identificados foram posteriormente analisados por médicos para confirmar o diagnóstico.
Os resultados foram analisados com cinco e quatorze anos de acompanhamento. Cento e trinta e cinco indivíduos desenvolveram cálculo renal nos primeiros cinco anos, sendo 69,9% em mulheres.
Quando analisados pela divisão do nível de atividade física, os mais acometidos encontravam-se no grupo de inativos com 98 casos, o que correspondia a 1,36%. Noventa e nove (1,44%) indivíduos do grupo moderadamente inativos, moderadamente ativos com 60 casos (1,10%) e 33 casos (0,74%) entre os ativos. Ao comparar a diferença entre inativos e ativos, a incidência foi três vezes maior entre o primeiro grupo.
O Hazard Ratio em cinco anos foi de 0.30 (IC0,14-0.64) e em 14 anos de 0,70 (IC 0.49-1.01) entre o grupo mais ativo e o menos ativo. Em outras palavras, a atividade física protege em 70% em cinco anos e em 30% em quatorze anos a incidência de cálculo renal.
Esta evidência dá mais suporte dos benefícios da atividade física na saúde renal.
(Fonte: CELAFISCS – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul Programa Agita São Paulo)
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