O Fundo Global de Luta contra a Aids, a Tuberculose e a Malária anunciou neste mês que o mundo pode alcançar em 2015 a erradicação virtual da infecção pelo vírus da Aids durante a gestação, o parto ou o aleitamento – a chamada transmissão vertical.
A erradicação virtual é obtida quando os índices de contaminação são inferiores a 1%. Mas o Ministério da Saúde, diante de um índice aproximado de 6,8% de contaminação de bebês pelas mães no Brasil, não acredita nessa possibilidade para o país.
Hoje, pelo menos 10.194 crianças brasileiras com idade até 5 anos foram infectadas pelo vírus em decorrência da transmissão vertical (dados de dezembro de 2009). De 1996 a 2008, 3.758 crianças morreram por causa da Aids.
“Em menores de 5 anos, de todos os casos notificados de 1984 a 2009, 94% foram por meio da transmissão vertical. Não tem para onde correr. No caso de criança, a grande via de transmissão é a vertical”, alertou Marcelo Freitas, assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. A estimativa é de que até 12 mil gestantes de um total de 2,5 milhões por ano apresentem o HIV, somando mulheres diagnosticadas e não diagnosticadas.
Freitas explicou que o maior desafio brasileiro na erradicação da transmissão vertical é ampliar o diagnóstico de HIV em gestantes. Mais de 90% das grávidas atendidas na rede de atenção básica chegam a fazer pré-natal, mas somente 60% passam pela testagem que detecta o vírus.
Entre as razões para o baixo índice de detecção estão a não oferta de exame por parte do médico, a recusa da gestante de submeter-se ao teste e problemas estruturais dos laboratórios. Nesse último caso, o exame chega a ser feito, mas o resultado não é devolvido à grávida ou ao médico.
Até o final de 2009, de acordo com o Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, 790 mil grávidas soropositivas de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento receberam antirretroviral para prevenir a infecção do bebê pela mãe. Esse número é 45% do total de mulheres que se encaixam no perfil.
*Com informações da Agência Brasil, por Paula Laboissière (Fonte: G1)
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