O médico veterinário, Floriovaldo Calderón, do Núcleo Regional da Agricultura de Cornélio Procópio- Pr, faz novos esclarecimentos a respeito dos morcegos na região. Ele lembra que existem quase 200 espécies do animal que se alimentam de sangue, frutos e insetos.
Na região do Núcleo de Cornélio Procópio, os morcegos hematófagos estão mais presentes em Sapopema, São Jerônimo da Serra e Congonhinhas, onde existem muitas cavernas e grutas. O animal é visto também com freqüência na região do Bairro Nova Igarapava.
Calderón explica que cerca de 70 pessoas morrem por ano vítimas de mordidas de morcegos no Brasil e esclarece que alguns morcegos contraem raiva. Estes animais só mordem em autodefesa, quando se tenta pegá-los.
"A ameaça de raiva praticamente não existe para as pessoas que vacinam seus animais domésticos, como cachorros e gatos, e evitam lidar com animais que não conhecem; já os animais de criação, especialmente o gado, na zona rural brasileira sofrem séria ameaça, em função dos ataques de morcegos. Também existem casos de ataques a seres humanos, alguns até feitos repetidas vezes sem que a vítima se dê conta, pois tem seu sangue sugado pelo morcego durante o sono", observa.
A transmissão de doenças a seres humanos por morcegos não é freqüente e pode ser evitada. As principais doenças que os morcegos podem transmitir são a raiva que é uma infecção viral do sistema nervoso central, a histoplasmose que é uma doença infecciosa respiratória e a salmonelose é uma doença infecciosa causada por microorganismos, ou seja, bactérias entéricas do homem e de animais.
Os morcegos têm um papel ecológico importante como predadores primários de um número grande de insetos voadores noturnos, inclusive de pragas que causam problemas à agricultura.
Floriovaldo Calderón ainda fala que o controle da população de morcegos hematófagos é feito, atualmente, utilizando-se pasta anticoagulante (vampiricida), que pode ser aplicada no dorso dos morcegos ou no local da mordedura nos herbívoros. Esta pasta, segundo ele, uma vez ingerida pelos morcegos, provoca hemorragias que levam a sua morte. Quando a pasta é pincelada no dorso de um morcego, ela é distribuída para outros, visto o hábito que estes animais têm de se lamberem. Quando é pincelada na mordedura nos herbívoros, ela é ingerida pelos morcegos, que têm o hábito de retornar, na maioria das vezes, à mesma presa, para se alimentarem.
"O sucesso das campanhas oficiais de controle da raiva depende da participação dos produtores, vacinando seus animais e notificando focos e abrigos de morcegos hematófagos", conclui Calderón. (Fonte: http://www.agoracornelio.com.br/)
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