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segunda-feira, 5 de julho de 2010

PÍLULA ANTICONCEPCIONAL

Que a pílula anticoncepcional foi um marco na liberação sexual feminina, ocorrida principalmente a partir da década de 1960, muita gente já sabe. O que às vezes passa despercebido é como ela ainda pode ter grande influência na conquista de uma vida social e sexual mais ativa, proporcionando mais prazer à mulher.
No que se refere ao sexo, a segurança proporcionada ao evitar uma gravidez não planejada é um dos grandes benefícios da pílula. "Há mulheres que se sentem mais seguras e isso melhora o prazer", atesta o ginecologista Carlos Petta, professor de Ginecologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo ele, fisiologicamente a ingestão do comprimido não costuma ter influência no desempenho sexual. O especialista alerta, no entanto, que é comum ouvir dizer que as pílulas que abaixam o nível de hormônios masculinos produzidos pela mulher (elas produzem esses hormônios em quantidades menores) podem causar diminuição da libido. “Mas não existe muita comprovação científica de causa e efeito”, garante.
Em raros casos, alguns contraceptivos injetáveis podem chegar a causar diminuição da libido da mulher em função de sua composição. É o caso dos medicamentos que contêm apenas progesterona – normalmente, os contraceptivos são compostos por progesterona e estrogênio.
“Mas esse efeito, quando notado, ocorre com os contraceptivos injetáveis, que têm dose de hormônio bem maior do que as pílulas”, garante o Dr. Petta, que é também um dos responsáveis pelo Centro de Reprodução Humana de Campinas.
Assim, a pílula prova não ter somente efeitos positivos ao prevenir a gravidez não planejada. Ela ajuda também mulheres a despertarem mais o desejo e ter mais oportunidades de uma vida sexual ativa.
Segundo Petta, a libido é algo complexo e não influenciado apenas pelo uso ou não do medicamento, mas sim por fatores psicossociais, como “rotina, excesso de trabalho, dívidas e o cuidado com os filhos”.
Dor, irritação e outros desconfortos ligados à tensão pré-menstrual, a famosa TPM, também podem ser enumerados entre os fatores psicossociais. Essas situações, porém, são abrandadas ou extintas pelo uso da pílula.
Com a supressão desses sintomas, somem também a irritação e a sensibilidade extremas atribuídas à mulher que está perto de menstruar. Menos irritação significa mais qualidade de vida e, portanto, mais disponibilidade para programas sociais, como ir a um cinema com o namorado ou a um bar com as amigas.
Paralelamente, o fim da dor provocada pela TPM também abre novas oportunidades para a vida sexual. O sumiço dos inchaços, que interfere na autoestima da mulher e pode ter efeitos diretos no desejo, também é um saldo positivo do uso da pílula, levando a uma melhor performance sexual e a uma maior autoconfiança.
Tudo isso reforça, cada vez mais, a ideia da contribuição da pílula para um desempenho social e sexual mais seguro. “Se a mulher era afetada pela TPM, não ter esses sintomas pode ampliar a disposição para fazer certas coisas, incluindo sexo”, conclui Petta. (Fonte: http://www.gineco.com.br/)

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