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segunda-feira, 11 de abril de 2011

A GRANDE CRUZADA PELA SAÚDE

Na última semana, o mundo conheceu os detalhes do mais ambicioso plano já preparado para garantir melhor saúde e bem-estar à população.
Em um artigo publicado na edição online da revista inglesa “The Lancet” – uma das mais importantes publicações científicas do planeta –, alguns dos maiores médicos conhecidos atualmente descreveram as medidas necessárias para atacar e vencer, de uma vez só, as principais doenças que castigam a humanidade: as cardíacas, o acidente vascular cerebral, a diabetes, o câncer e as enfermidades respiratórias crônicas. Juntas, elas são responsáveis por duas a cada três mortes registradas em todo o mundo. Mas, se seguidas à risca, as normas agora divulgadas serão capazes de reduzir esse índice significativamente. Em dez anos, serão poupados 36 milhões de vidas.
O plano, considerado a primeira grande cruzada pela saúde, foi organizado pela Aliança Mundial contra as Doenças – uma liga internacional formada por 100 dos mais importantes pesquisadores do planeta e quatro das mais respeitadas entidades médicas (Federação Internacional de Diabetes, União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares, União Internacional de Controle do Câncer e Fundação Mundial do Coração). É a primeira vez na história da medicina que se forma uma força-tarefa de tamanha magnitude.
Durante cinco anos, eles trabalharam na pesquisa das causas e dos melhores tratamentos disponíveis contra as quatro enfermidades. E concluíram que cinco fatores de risco estão por trás de todas elas. O tabagismo, o sedentarismo, o consumo exagerado de alimentos ricos em sal e em gorduras saturadas e trans (bastante prejudiciais) e a dificuldade de acesso aos remédios e tecnologias contribuem para o aumento de sua incidência e mortalidade de forma decisiva.
“Por essa razão, esses foram os pontos que elegemos para atacar”, disse à ISTOÉ Martin McKee, diretor do Centro Europeu para a Saúde, ligado à Universidade de Londres, na Inglaterra, e um dos coordenadores do plano.
Para quem pon­derar que pressão e campanhas, somente, podem ser ações de pouca eficácia, os médicos têm alguns contra-argumentos. “Podemos usar os motivos humanitários para que isso seja feito. As doenças causam um número enorme de mortes prematuras e deixam muitas pessoas debilitadas”, disse McKee. “Por outro lado, talvez tenhamos mais sucesso mostrando os argumentos do ponto de vista econômico”, complementou. De acordo com o médico, os custos do plano (cerca de US$ 9 bilhões por ano) são pequenos se comparados ao que se pode economizar com a diminuição no número de casos das doenças. “Gasta-se muito em hospitais e remédios, sem falar do que se perde em termos de produtividade”, afirmou. O plano será apresentado oficialmente dentro de cinco meses, durante um encontro a ser realizado pela Organização das Nações Unidas, em Nova York.

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