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sexta-feira, 22 de abril de 2011

HIGIENE BUCAL DO IDOSO e o CUIDADOR

Didaticamente, considera-se idosa a pessoa com mais de 60 anos. E, segundo dados da literatura científica, a maioria dos idosos não consegue manter bons níveis de higiene bucal ou de suas próteses, necessitando, muitas vezes, do auxílio dos cuidadores para realizá-la. E isto pelo fato que, com o envelhecimento, ocorrem alterações fisiológicas que limitam as funções do organismo, o que provoca nos indivíduos da terceira idade, uma maior dependência para a realização do autocuidado, necessitando em um certo momento do auxílio de um cuidador.
Basicamente, a denominação de "cuidador" pode ser compreendida como a pessoa da família (ou não) que é responsável em suprir as necessidades de outra pessoa, dando apoio, ajudando a outra pessoa em suas atividades, como as seguintes: fazer companhia; atuar como confidente; conversar sobre questões pessoais e emocionais; compartilhar atividades; ajudar a manter ou a reatar laços afetivos; arrumar e limpar a casa; preparar refeições; fazer compras; fazer e receber pagamentos; transportar e acompanhar ao médico; auxiliar o idoso ao caminhar; alimentar-se; tomar banho; higienizar-se; pentear os cabelos; usar a toalete; tirar o aparelho de surdez; colocar próteses (como a dentadura); auxiliar na escovação dos dentes; etc.
Então, o cuidador desempenha um papel importante para o idoso dependente e sua postura perante a realização da higiene diária é fundamental para manutenção da saúde bucal destes indivíduos.
Vale sinalizar que estudos na literatura científica demonstram que para muitos cuidadores, a higiene bucal tem menor prioridade. E isto é de extrema relevância, já que outros estudos relatam que a atitude do cuidador em relação a sua própria saúde bucal influencia no cuidado que este oferece para o idoso. Então, se o cuidador falha na conservação da sua própria higiene bucal, a tendência é que este transfira as mesmas ações para o idoso que está sob seus cuidados.
Outro fato que deve ser mencionado é que se deve estimular o cuidador de idosos dependentes a organizar suas tarefas de cuidado de modo a ter oportunidades de se autocuidar, com o objetivo de tentar diminuir seu grau de estresse. Isto pelo fato que muitas vezes o cuidador sobrecarrega-se nas suas atividades e se esquece de que é uma pessoa que também necessita de cuidados.
Vale ressaltar, também, que por várias razões, muitos idosos tem dificuldades de expressar suas necessidades em relação a sua saúde bucal. Consequentemente, o cuidador tem um importante papel em tomar iniciativa para o cuidado bucal.
Por isto tudo, é primordial que o cuidador tenha o conhecimento da importância e das necessidades de prevenção, higiene e cuidados que devem ser realizados consigo mesmo, e que deve proporcionar aos indivíduos que estão envelhecendo. Neste sentido, a conscientização e mudança de postura por parte do cuidador é de extrema importância para que tenha uma boa saúde bucal e possa proporcionar uma atenção correta e adequada para com o idoso dependente.
Para finalizar, é verdadeiro afirmar que a educação e orientação, ou melhor, a capacitação do cuidador para a preservação de seu autocuidado e da realização da correta higienização bucal do idoso é imprescindível. Por isso, é fundamental a participação em cursos para cuidadores de idosos, além da orientação que deve receber do dentista (de preferência um odontogeriatra). Mas também o contato com outros profissionais da saúde, como por exemplo o técnico de higiene dental (higienista) é essencial, pois o estreitamento destas relações irá otimizar o atendimento e auxiliar na prevenção e promoção da saúde do idoso de forma geral.
(Fonte: Marco Tulio Pettinato Pereira, cirurgião-dentista com especialização em Saúde da família (UCAM), Saúde Coletiva (SL Mandic) e Saúde Pública (UNAERP) no Brasil -  http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7525)

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