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quarta-feira, 27 de abril de 2011

VANGUARDA CONTRA O CÂNCER

O Brasil se tornou referência internacional ao adotar medidas de restrição à publicidade de cigarro, dentre outras ações. Temos o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Internacional Contra o Câncer. E os números falam por si. Em 1989, a prevalência de fumantes na população do país era de 32%. Em 2008, passou para 17,2%. Já temos vitórias expressivas também para evitar o tabagismo passivo, com sete estados do país com leis que impedem o fumo em locais fechados, mesmo nos chamados "fumódromos". Mas não paramos aí, os dados na área de oncologia pediátrica também impressionam. Atualmente 80% das crianças com câncer ficam curadas.
A Fundação do Câncer se orgulha de ter participado ativamente dessas conquistas, mas sabemos que ainda temos um longo caminho pela frente. A cura ainda está longe. O câncer é um conjunto de mais de uma centena de doenças crônico-degenerativas que mantém uma característica comum: o crescimento desordenado de células. Cada tipo de câncer possui um comportamento biológico distinto e, por isso, existem diversos medicamentos com lógicas diferentes de atuação. O tabagismo e o envelhecimento da população, que também tem adotado hábitos pouco saudáveis, levarão a um aumento da incidência de câncer nas próximas décadas, conforme indicam as projeções. Hoje sabemos que 85% dos tumores são resultados de um estilo de vida que não contempla na rotina diária a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável.
Um dos maiores desafios do nosso país é a compreensão política de que os programas de prevenção e de controle do câncer demoram muito tempo para alcançar resultados palpáveis e mensuráveis. Criar uma cultura de consultas periódicas ao médico capaz de fazer a detecção precoce de doenças leva tempo. Difundir informações claras e objetivas para a população requer um investimento contínuo. Mudar estilo de vida, por exemplo, significa alterar hábitos enraizados. Esses são conceitos que requerem uma atenção maior na educação básica em saúde, que deve começar quando as crianças começam a ser alfabetizadas. Apoiamos o Instituto Nacional de Câncer (Inca) na execução do Programa Nacional de Controle do Câncer, na mobilização da sociedade para a prevenção e a detecção precoce, na ampliação da captação de recursos para a área de pesquisa e no desenvolvimento da área de cuidados paliativos. Em 20 anos, a Fundação investiu R$ 1,5 bilhão no Inca.
Entre as nossas principais atividades em apoio ao Inca estão a continuidade da expansão da Rede Brasileira de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BrasilCord) e a implantação do projeto-piloto dos Centros Regionais de Controle do Câncer, em parceria com hospitais filantrópicos que atualmente são responsáveis pelo atendimento de um terço dos pacientes com câncer.
Na área de cuidados paliativos, o nosso objetivo é criar e implantar neste ano uma unidade de cuidados paliativos no Rio de Janeiro destinada a pacientes fora das possibilidades terapêuticas. Essa unidade vai treinar, além de profissionais de saúde, os familiares desses pacientes, dando todo apoio necessário. Ela será o núcleo pioneiro de uma serie de outras unidades para atender toda a cidade.
Esperamos comemorar neste ano a aprovação do projeto de Lei José Alencar, que prevê, a exemplo do que acontece com a Lei Rouanet para a área da Cultura, a aplicação de uma parte do Imposto de Renda devido em projetos ligados à oncologia. É uma forma de prover novas fontes de financiamento e de recursos para o combate à doença. E será, sem dúvida, um grande avanço em benefício da sociedade brasileira.
(Fonte: Marcos Moraes, presidente do Conselho de Curadores da Fundação do Câncer -  http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2011/04/25/vanguarda-contra-cancer-924314348.asp#ixzz1Kd1nhFts)



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