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segunda-feira, 18 de abril de 2011

SÍNDROME DA MULHER MODERNA

Conhecida como ''Doença da Mulher Moderna'', a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um dos distúrbios mais frequentes em mulheres em idade reprodutiva. Aproximadamente 4 a 7% das brasileiras nesta faixa, que se estende do início da menstruação à menopausa, apresentam o problema, que é uma das maiores causas de infertilidade.
Cerca de 15% dos casos de esterilidade causada por alterações nos ovários decorrem da formação de cistos na superfície do órgão. Essa condição afeta a produção hormonal e provoca aumento dos hormônios masculinos, os androgênios.
Estas alterações decorrem de duas causas distintas: ou porque os ovários respondem de maneira anormal aos estímulos dos hormônios do cérebro; ou porque os estímulos do cérebro são irregulares. Como consequência, a mulher deixa de ovular todos os meses e passa a apresentar diversas manifestações que se expressam em seu corpo:
- Esterilidade - com a formação de cistos, a mulher deixa de ovular e perde a capacidade reprodutiva.
- Alterações menstruais - o quadro mais comum é a ausência de menstruação por longos períodos, seguida tanto de menstruações de quantidade e duração normais como de hemorragias.
- Hirsutismo - o aumento da produção de hormônios masculinos estimula o aparecimento de pelos em áreas como face, tórax, abdome, nádegas e face interna das coxas.
- Acne - os hormônios masculinos aumentados fazem com que a pele fique oleosa e estimulam o aparecimento de espinhas e pústulas que se rompem e formam cicatrizes.
- Obesidade - os androgênios provocam também acúmulo de gordura no abdome.
Se não for tratada, a síndrome pode provocar, além destas manifestações clínicas, consequências graves, como resistência a insulina e diabetes, e alterações nas gorduras sanguíneas (colesterol), com aumento do risco cardiovascular.
A boa notícia é que a maioria dos casos de SOP é reversível. Muitas mulheres engravidam espontaneamente e, mesmo aquelas que não conseguem uma gestação espontânea, podem engravidar após tratamento com medicamentos específicos.
O diagnóstico da síndrome é clínico e confirmado a partir da ausência de ovulação e sinais de aumento de hormônios masculinos. Contudo, a comprovação do diagnóstico é feita com exame de ultrassonografia e dosagem hormonal.
Uma vez confirmado o diagnóstico, a paciente necessita de medidas gerais, como dieta pobre em gorduras e açúcares, exercícios físicos e apoio psicoterápico, pois todas estas alterações clínicas interferem com a autoestima e a autoimagem corporal.
Outra medida importante para reverter este quadro é o tratamento hormonal, principalmente com pílulas anticoncepcionais que apresentam em sua composição antiandrogênios. Com o tempo, elas regularizam a menstruação, reduzem os pelos e fazem com que a acne desapareça. São utilizados também antiandrogênios isolados e medicamentos que ajudam a paciente a emagrecer e controlam a resistência à insulina.
Normalizada a parte endócrina, o tratamento pode ser suspenso, possibilitando que a paciente engravide espontaneamente ou com indução da ovulação.
(Fonte: Angela Maggio da Fonseca, professora associada e livre-docente da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) - http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2146-20110418)

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