O sedentarismo representa um aspecto único do comportamento humano e não deve ser visto como um simples extremo mais baixo do continuum da atividade física. Por exemplo, diversos estudos têm demonstrado que o excesso de ver TV, independentemente do nível de AF, está associando negativamente com fatores de risco metabólico (Hamilton, Diabetes, 2007).
Os efeitos de extensos períodos de comportamento sedentário em pessoas fisicamente ativas têm começado a elucidar, e eles parecem ser caracterizados por alterações metabólicas comumente vistas em perfis diabetogênicos ou ateroscleróticos (Bey 2003, Hamilton 2007, Haely 2008, Kartzmazyk 2009).
Dong et al (2004) mostraram que em media os adultos gastam 170 minutos por dia vendo TV, que corresponde a 8,6% do gasto energético diário, enquanto dirigir o carro corresponde a 10,9% (não incluindo o sono). Medidas de AF observaram que adultos gastam 55-57% do tempo monitorado (,7,7horas) em atividades sedentárias. (Healy 2998, Matthews 2007).
Neste estudo, um total de 11972 indivíduos devolveu o questionário em 1982; foram tirados aqueles que não completaram os dados sobre sedentarismo (529), se tivessem historia de IM (560), derrame (73), câncer (476), sem a data da idade (313) ou sexo (192) ou se fossem mulheres (2085).
Durante o questionário de 1982, participantes foram perguntados sobre tempo médio de ver TV/semana e de dirigir automóvel. Todos os participantes foram seguidos da data do retorno até a data da morte ou até 31 de Dezembro de 2003.
Multivariante Cox Regressoin Analysis foi usada para medir a associação entre comportamento sedentário e mortalidade CV. Hazrads Ratiosm , 95% de intervalo de confiança e índices de mortalidade CV foram estimados pela comparação de cada categoria de comportamento sedentário a categoria mais baixa.
A análise multivariada incluiu controles para as medidas n baseline de idade, inatividade física (sim/não), fumo (fumante atual ou não), diabetes (sim/não) hipercolesterolêmica (sim/não) e historia familiar de ECV (sim/não).
Dos 7744 participantes no estudo, 377 tiveram uma ECV fatal durante os 21 anos do estudo. Tempo de ver TV (9,1 x 10,0) foi significantemente distinto entre os grupos de ausência da morte CV e o grupo de morte CV.
Um positivo gradiente de risco de mortalidade CV foi observado com os incrementos dos quartis de dirigir carro, assim como o comportamento sedentário combinado , mas não com o tempo de TV. Participantes que reportaram dirigir autos por mais de 10 horas/sem tinham 50% a mais de risco de morrer de ECV. Participantes que reportaram mais de 23 horas de comportamento sedentário por semana tinham 37% maior risco de morte CV que aqueles que dirigiam menos de 11 horas/semanais.
A associação entre tempo de TC e mortalidade CV foi consistente pelo período de seguimento. As associações entre dirigir carro combinado a comportamento sedentário e mortalidade CV foram variáveis.
Na análise da idade ajustada, o tempo de TV, dirigir carro e esses comportamentos combinados, foram associados significantemente com o risco de mortalidade CV. Entretanto, a análise multivariada ajustada revelou uma associação ausente entre tempo de TV e risco de morte CV. Dirigir o carro, por mais de 10 horas/sem e a combinação de comportamentos sedentários foram significantemente associados e com um aumento de 48% e 37% no risco CV, quando comparados aqueles que dirigiam menos de 4 horas/sem e viam TV menos de 11h/sem.
Desde o inicio dos anos 50 a inatividade física foi reportada ser associada com aterosclerose. Os motoristas de Londres foram 1,8 vezes mais propensos a desenvolver doença coronariana que os cobradores.
O presente estudo indicou que dirigir carro por mais de 10 horas/sem aumentou o risco de morte CV em 48%.
Relatos recentes informam que mais de 60% dos americanos são sedentários e que 25% dos adultos americanos são inativos. Dong et al relataram que dirigir carro e ver TV são a segunda e a quarta maior contribuição para o gasto energético diário.
Outro achado importante do estudo foi que, para um dado volume de tempo dirigindo carro, homens que eram fisicamente ativos mantiveram menor mortalidade CV que homens que eram inativos. Outro estudo de comportamento sedentário determinou que homens e mulheres fisicamente ativos tinham menor mortalidade CV na presença de elevados tempos sentados.
Mecanismos: Alterações na função cardíaca, Alterações na homeostase da glicose, Alterações no metabolismo de lipídeos, Achados recentes (Hamilton 2008) sugerem que os mecanismos associados com o excessivo comportamento sedentário seriam diferentes daqueles benefícios obtidos por atividade física regular.
Forças do trabalho: relativo longo período de follow-up (21 anos);
Limitações: representatividade do estudo de coorte (homens, brancos, bem educados e de NS médio a alto. Dados obtidos somente no baseline (mudanças no período não puderam ser acessadas). Esse tipo de erro leva a subestimar a magnitude mais ampla do sedentarismo. NAF medido por auto-relato. Falta de dados sobre dieta e uso de medicamentos.
Concluindo, foi encontrado um significante maior risco de mortalidade CV nas pessoas que dirigiam carro por mais de 10 horas/semanais e que viam TV e dirigiam carro por mais de 23 horas/semanais.
Sugerimos que em combinação com maiores níveis de AF, devemos advogar uma redução no comportamento sedentário para diminuirmos mortalidade CV.
(Warren TY, Vaughn B, Hooker SP, Sui X, Church TS and Blair SN -Sedentary behaviors increase risk of cardiovascular disease mortality in men- MSSE 42(5)a; 89-883, 2010)
(Fonte: Victor Matsudo-www.educacaofisica.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário