Em vigor desde a semana passada, o novo Estatuto do Torcedor impõe uma série de restrições aos frequentadores de estádios de futebol. A proibição do consumo de bebidas alcoólicas é uma das novas medidas. Porém, os indicativos de que não seja válida para a Copa de 2014 gera polêmica. As autoridades brasileiras tentam evitar a pressão supostamente imposta pela Fifa em razão de contratos publicitários.
A Abead acredita que, a partir de uma legislação bem consolidada no país, que bane o consumo do álcool nos estádios de futebol, seria um desrespeito com a opinião pública liberar o comércio de tais produtos na Copa do Mundo. É preciso lembrar que o álcool amplifica rivalidades e a tensão de dois grupos de torcedores apaixonados em oposição e, infelizmente, facilita a expressão da agressividade.
Essa mudança pode ser um grande passo para quebrar convenções sociais distorcidas que associam o álcool ao esporte. Poderá também evitar o uso de figuras públicas, principalmente jogadores de futebol, em campanhas publicitárias, demonstrando alguns dos diversos benefícios que podem ser angariados em longo prazo, além dos evidentes benefícios imediatos. O futebol é um espetáculo que não precisa de álcool para seu sucesso.
Cabe às instituições formadoras de opinião manter o cidadão informado para que as autoridades brasileiras não se curvem aos interesses comerciais de poucos. É preciso resguardar a saúde pública e a segurança da população, independentemente das intervenções de alguns grupos.
(Fonte: Carlos Salgado e Sabrina Presman/ABEAD)
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