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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CORAÇÃO, CÁLCIO e RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) têm obtido resultados importantes em um estudo com foco na quantificação de fluxos de cálcio e na participação de transportadores de cálcio na contração e relaxamento de ventrículos de corações de ratos em desenvolvimento.
No miocárdio desses mamíferos, a maior parte do cálcio que produz contração tem origem em um local de estoque intracelular, o retículo sarcoplasmático. O estudo verificou que o transporte do mineral entre o retículo sarcoplasmático e o citoplasma da célula cardíaca é o principal sistema responsável pelo desenvolvimento de contração e relaxamento no coração dos animais, desde o dia do nascimento.
A pesquisa foi conduzida por José Wilson Magalhães Bassani, professor titular da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, e por Rosana Almada Bassani, do Centro de Engenharia Biomédica.
“Até então, acreditava-se, principalmente com base em dados de biologia molecular e de inibição da função reticular, que o retículo sarcoplasmático tinha um papel secundário no acoplamento excitação-contração no coração do recém-nascido”, disse Rosana à Agência FAPESP.
“Nosso estudo, com foco quantitativo na interação dos diferentes transportadores, realizado em células vivas intactas, contribuiu para a reversão desse conceito equivocado. Além disso, com relação à importância do retículo sarcoplasmático no transporte de cálcio, há mais semelhança entre corações imaturos e maduros do que se acreditava anteriormente”, apontou.
Os estudos feitos na Unicamp demonstram que o vazamento de cálcio do retículo sarcoplasmático tem um importante papel na geração da atividade espontânea de células marca-passo cardíacas, e também em células miocárdicas com sobrecarga de cálcio, podendo levar, nesse último caso, ao aparecimento de arritmias.
“Esse fenômeno tem recebido grande atenção de pesquisadores em todo mundo, mostrando-se um possível alvo de intervenções terapêuticas em certos casos de arritmia cardíaca”, disse Rosana.
O projeto de pesquisa, que teve início com o Projeto Temático “Transporte de cálcio em miócitos ventriculares de ratos durante o desenvolvimento pós-natal”, apoiado pela FAPESP, aponta ainda que o padrão de interação entre os diversos transportadores de cálcio em células miocárdicas em corações de recém-nascidos apresenta diferenças com relação ao padrão adulto, o que pode nortear o desenvolvimento e a administração de medicamentos para uso pediátrico.
“Espera-se que o conhecimento adquirido no conjunto dos estudos possa contribuir para entendimento das modificações fisiológicas da função cardíaca e sua regulação durante o desenvolvimento pós-natal e em condições fisiopatológicas”, ressaltou. (Fonte: FAPESP)



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