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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

FEBRE AMARELA e LACTANTES

Nova recomendação do Ministério da Saúde orienta mulheres que estão amamentando a adiar a vacinação contra a febre amarela até a criança completar seis meses. De acordo com a pasta, há risco de os bebês serem contaminados pelo vírus atenuado da doença, usado na fabricação do imunizante.
Caso não seja possível adiar, o ministério recomenda que as mães retirem o próprio leite antes da imunização e o congelem para uso durante os 14 dias subsequente à vacina, quando o vírus atenuado ainda pode estar presente no alimento. Outra alternativa é recorrer a bancos públicos de leite materno.
As alterações nas orientações para quem está amamentando ocorreram em razão de o Brasil ter registrado, pela primeira vez na história, dois casos em que mães vacinadas contra a doença transmitiram às crianças, por meio do aleitamento, o vírus atenuado.
Os dois bebês, que apresentaram problemas neurológicos, no momento estão bem, mas seguem sob acompanhamento das autoridades de saúde.
Atualmente existe recomendação para a vacina na maior parte do País, em razão de o vírus causador da doença ter se expandido entre 2008 e o ano passado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do País.
Um total de 51 casos da doença foram registrados no período, com 21 mortes, e 22,4 milhões de vacinas foram distribuídas. Desde 2007, 112 casos de reações adversas ao imunizante, como as que ocorreram com as crianças, já foram computados pelo ministério. A vacina é fabricada desde o fim dos anos 30 pelo laboratório público Biomanguinhos, da Fiocruz.
As duas notificações de contaminação por meio do leite ocorreram em Porto Alegre e na cidade de Cachoeira do Sul, a 196 km da capital gaúcha.
Os pediatras, após avaliar o quadro, notificaram a suspeita. A partir dali começava uma investigação que culminou com a publicação, em 14 de janeiro deste ano, de uma nota técnica pelo ministério restringindo a vacinação durante a amamentação.
"O conhecimento sobre a vacina vem crescendo desde os anos 90. Isso também é um alerta para buscarmos alternativas", afirma o epidemiologista Expedito Luna, do Instituto de Medicina Tropical da USP. Atualmente há estudos sobre vacinas com uma concentração menor de vírus atenuado. (Fonte: Estado de São Paulo/medimagem)


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