A agência que controla remédios e alimentos nos Estados Unidos, a FDA, divulgou um alerta na quinta-feira (18/02) com novas orientações para o uso de medicamentos contra asma.
Segundo o alerta, os broncodilatadores de ação duradoura (Laba, na sigla em inglês) não devem ser usados isoladamente no tratamento. Os fabricantes ficam obrigados a incluir um aviso nas bulas e a oferecer programas para conscientizar os médicos sobre os riscos dessa classe de medicamentos.
No Brasil, os remédios são comercializados com os nomes de Serevent (da GlaxoSmithKline) e Foradil (da Novartis). As informações são da repórter Luciana Alvarez, do jornal "O Estado de S. Paulo".
A agência recomendou ainda que os medicamentos que combinam Laba com corticoides - Seredite, da GSK, e Symbicort, da Astrazeneca - sejam usados por períodos curtos e apenas em pacientes que não respondam a outros tratamentos.
As drogas também são indicadas para pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica .
O alerta da FDA baseia-se em estudos clínicos que relacionaram o uso dessa classe de remédios ao aumento do risco de complicações severas da asma, levando à hospitalização e morte.
Em nota, a agência, que em 2008 já havia alertado para os riscos desses medicamentos, pede mais estudos sobre os efeitos dos remédios.
Com a divulgação das novas restrições de uso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se prepara para publicar nos próximos dias um informe técnico determinando o reforço nas bulas das informações relativas aos riscos. A Anvisa ressaltou, porém, que em todas elas já existem alertas.
Segundo os laboratórios, as bulas informam corretamente sobre o uso e os riscos dos medicamentos, mas serão feitas alterações caso a Anvisa solicite.
Para o presidente da comissão para asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Paulo Augusto Moreira Camargos, as condições de saúde pública do País são diferentes das americanas e a grande preocupação é falta de tratamento. "Temos 3 mil óbitos por ano por causa de tratamento inexistente ou ineficiente da asma", disse. "A taxa de mortalidade aqui é de 10 a 15 vezes maior que nos EUA e Europa e isso não é causado por nenhum efeito colateral de medicamentos." (Fonte: G1/Ciência e Saúde)
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