Não bastassem os sintomas já conhecidos da menopausa, como as ondas de calor, alterações de humor, irritabilidade, insônia, indisposição e fadiga, uma recente pesquisa americana realizada pela Universidade de Pittsburgh concluiu que o risco de desenvolver doenças cardiovasculares aumenta após a menopausa.
Publicada no Diário do American College of Cardiology, a pesquisa analisou 1.054 mulheres que estavam entrando na menopausa, durante um período de 10 anos. A cada ano, os investigadores analisavam o colesterol, a pressão arterial, a glicose e a insulina dessas mulheres. Quanto mais elas se aproximavam da menopausa, mais aumentavam os níveis de colesterol que, por sua vez, aumentam o risco para doenças cardíacas.
Para a cardiologista e coordenadora do projeto SOCESP Mulher, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Walkíria Avila, a principal causa dessas elevações ainda não é totalmente conhecida. “Já sabemos que a idade é um fator de risco, principalmente por volta dos 50 anos. Além disso, a queda do hormônio estrógeno também deve ser levada em consideração. Com a menopausa, os níveis de colesterol ruim (LDL) aumentam e os de colesterol bom (HDL) diminuem. Dessa forma, esse conjunto de fatores aumenta as chances de doenças cardiovasculares nas mulheres”, explica ela.
Durante o estudo, os níveis de colesterol das mulheres que participaram aumentaram consideravelmente. No período de dois anos antes da última menstruação, o LDL aumentou 10,5 pontos, ou seja, 9% ( a taxa normal deve variar entre 50 e 190 mg%). Já o nível médio de colesterol total teve um aumento de 6,5% ( o valor aceitável, para mulheres acima dos 50, não deve ultrapassar o limite de 265 mg%). Além disso, fatores como a insulina e a pressão arterial também subiram durante a análise.
Todos esses fatores, juntos, formam uma bomba para o coração feminino. “Altos níveis de colesterol estão diretamente relacionados a doenças cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral, o periférico e de aorta; a angina, caracterizada por uma forte dor no peito; a doença arterial coronária e por fim, a mais grave delas, o infarto”, alerta a cardiologista.
Para os autores do estudo, mais do que uma avanço na ciência, a pesquisa serve de alerta para mulheres. Segundo eles, é muito importante que elas saibam das mudanças nos fatores de risco durante desse período e que cuidem da saúde, principalmente do controle do colesterol.
A especialista brasileira reforça a tese da prevenção. “Controlar os níveis de colesterol, o consumo de açúcar, a pressão alta e o peso é a melhor forma de reduzir a morte por doenças cardiovasculares em mulheres. Além disso, evitar o fumo e praticar exercícios físicos pode impedir 60% dos casos”, conclui Walkiria. (Fonte: http://www.maisde50.com/ Maria Fernanda Schardong)
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