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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CERVEJA, SILÍCIO e OSSOS: CAUTELA!

O consumo moderado de alguns tipos de cerveja pode ajudar a fortalecer os ossos, segundo um estudo americano publicado pela revista especializada Journal of the Science of Food and Agriculture.
Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, a cerveja seria uma fonte importante de silício, componente da dieta que contribui para melhorar a densidade óssea.
Pesquisas mais antigas já indicavam a importância do silício para o crescimento e o desenvolvimento dos ossos. Apesar disso, alguns nutricionistas advertem que os possíveis benefícios da cerveja podem ser cancelados pelo consumo excessivo de álcool, já que a ingestão de mais de duas unidades de álcool por dia aumenta o risco de fraturas dos ossos.
O estudo do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade da Califórnia analisou cem marcas de cervejas comerciais e verificou que elas tinham uma quantidade de silício entre 6,4 miligramas por litro e 56,5 miligramas por litro. Não existem recomendações mínimas para o consumo de silício, já que, segundo o Departamento de Agricultura do governo americano, o consumo do mineral não é considerado essencial.
Segundo os cientistas da Universidade da Califórnia, o silício é encontrado no grão da cevada utilizado para a fabricação do malte da cerveja e também, em menor quantidade, no lúpulo.
O estudo indicou que as cervejas com as maiores quantidades de silício são as ales (cervejas de fermentação a temperaturas mais altas) claras e as lagers (com baixa fermentação ou fermentação a frio). Nas cervejas escuras, o processo de torração dos grãos de cevada reduziria a quantidade de silício.
As cervejas feitas com trigo, segundo os pesquisadores, teriam uma quantidade pequena de silício.
Os pesquisadores disseram que os resultados da pesquisa mostram que o consumo moderado de cerveja pode ajudar a combater a osteoporose, doença que provoca a deterioração da densidade dos ossos ao longo do tempo e favorece a ocorrência de fraturas.
O estudo foi coordenado por Charles Bamforth, professor de ciências da cerveja na Universidade da Califórnia, num posto acadêmico patrocinado pela fabricante de cervejas Anheuser-Busch.
CAUTELA EXTREMA 
O resultado das pesquisas foi recebido com cautela por outros cientistas e nutricionistas.
Claire Bowring, da Sociedade Nacional de Osteoporose, da Grã-Bretanha, disse que não recomenda a ninguém aumentar o consumo de álcool com base no resultado dos estudos.
“Enquanto pequenas quantidades de álcool parecem trazer benefícios para a densidade óssea, já se demonstrou que o consumo em quantidades maiores enfraquece os ossos e aumenta o risco de fratura”, disse ela à agência britânica de notícias Press Association.
“Também há muitas outras preocupações de saúde relacionadas ao álcool que não podem ser ignoradas”, diz.
Catherine Collins, nutricionista do hospital-escola St. George, em Londres, observa que as quantidades necessárias de consumo de silício são pequenas e seus benefícios para os ossos menos importantes do que os relacionados ao consumo de cálcio e vitamina D.



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