Ficar em contato com a natureza faz com que as pessoas se sintam mais vivas. E essa sensação de aumento da vitalidade está além dos efeitos energizantes da atividade física e de interação social, que são frequentemente associados com os passeios ao ar livre. Esta é a principal conclusão de uma série de estudos publicados na edição de junho da revista científica Journal of Environmental Psychology.
"A natureza é combustível para a alma," afirma Richard Ryan, professor de psicologia da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. "Na maioria das vezes, quando nos sentimos esgotados procuramos por uma xícara de café, mas as pesquisas sugerem que uma forma melhor de se manter energizado é conectar-se com a natureza."Os resultados, acrescenta Ryan, são importantes tanto para a saúde física quanto para a saúde mental.
"As pesquisas mostram que pessoas com um maior senso de vitalidade não apenas têm mais energia para as coisas que querem fazer, como também são mais resistentes a doenças físicas. Um dos caminhos para uma saúde melhor pode ser para passar mais tempo em ambientes naturais," diz ele.
Nos últimos anos, numerosos estudos de psicologia experimental descobriram ligações entre o contato com a natureza e o aumento da energia e da sensação de bem-estar.
Por exemplo, pesquisas já mostraram que as pessoas que fazem excursões ao ar livre relatam sentirem-se mais vivas e que apenas a lembrança das experiências ao ar livre aumenta os sentimentos de felicidade e de saúde.
Outros estudos sugerem que estar em contato com a natureza ajuda a afastar os sentimentos de esgotamento e que 90 por cento das pessoas relatam um aumento de energia quando colocadas em atividades ao ar livre.
A novidade da pesquisa atual, escrevem os autores em seu artigo, é que eles testaram cuidadosamente se esta maior vitalidade associada com a natureza é simplesmente resultado de um "transbordamento" do sentir-se bem gerado pela atividade física e pelo contato com outras pessoas, uma mistura quase sempre presente nessas situações.
Para isolar os efeitos da própria natureza, os autores conduziram cinco experimentos em separado, envolvendo 537 estudantes universitários em contextos reais e imaginados.
Em um experimento, os participantes fizeram uma caminhada de 15 minutos através de corredores no interior de um prédio, ou em um trajeto arborizado ao longo de um rio. Em outro, os estudantes viram cenas fotográficas de edifícios ou de paisagens. Um terceiro experimento exigia que os estudantes se imaginassem em uma variedade de situações ativas e sedentárias, ao ar livre ou dentro de casa, sozinhos ou na companhia de outras pessoas.
Dois experimentos finais monitoraram o humor dos participantes e os níveis de energia durante todo o dia, usando narrativas feitas em um diário. Ao longo de duas semanas, os alunos registraram seus exercícios, as interações sociais, o tempo gasto junto à natureza e a exposição a ambientes externos.
Em todas as metodologias, os participantes sempre se sentiram mais energizados quando passaram um tempo em ambientes naturais ou imaginaram-se em tais situações.
Os resultados foram particularmente robustos, observa Ryan - estar em contato com a natureza por apenas 20 minutos em um dia foi suficiente para elevar significativamente os níveis de vitalidade.
A presença da natureza teve um efeito de energização acima de simplesmente estar fora de um prédio ou de uma casa. (Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/)
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