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sábado, 10 de julho de 2010

DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

O crescente número de pessoas com doenças transmissíveis, como dengue e gripe A (H1N1), vem mobilizando as ações governamentais, mas especialistas renomados alertam: doenças não transmissíveis têm matado mais. O estilo de vida, marcado pelo sedentarismo e hábitos alimentares sem qualidade nutricional, é o principal vilão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 35 milhões de pessoas morrem por ano de algum tipo de doença não-transmissível, como diabetes, tuberculose, câncer, acidente vascular cerebral etc. Esse número equivale a 60% de todas as mortes no mundo. Os números foram revelados durante o Congresso Mundial de Diabetes para a América Latina, na última semana. 
 A médica Elsa Giugliani, coordenadora de saúde da criança no Ministério da Saúde, atribiu esse aumento à falta de cuidado na infância e, principalmente, durante a maternidade. Segundo ela, a má nutrição da mãe durante a gravidez e a ausência de uma boa educação alimentar resulta em adultos com maior condições de desenvolverem esses tipos de doenças.
''Introdução de outros tipos de leite antes dos seis meses de vida do bebê favorece o aparecimento de diabetes tipo 1, por exemplo. Se todas as mulheres amamentassem seus filhos até os quatro meses exclusivamente com leite materno, as chances dessas crianças desenvolverem o diabetes cai para 30%. Estudos norte-americanos revelam que a mulher que amamenta também tem 15% menos chance de ter diabetes, além de outras doenças crônicas'', diz Elsa.
Segundo Elsa, a relação da saúde do feto e da criança está diretamente ligada à prevenção de doenças não transmissíveis. ''A criança que tem restrição de crescimento no útero por causa da má nutrição materna, fumo durante a gravidez, tem mais chance de ser um adulto com doenças não-transmissíveis cada vez mais cedo.''
A tuberculose tem chamado a atenção de estudiosos da medicina. A médica Blanca Restrepo, professora de Epidemiologia na Universidade do Texas (EUA), alerta para os números de mortos. ''São 7 milhões que morrem a cada ano de tuberculose. A realidade é extremamente preocupante. 30% da população mundial têm a bactéria incubada no organismo podem desenvolver a doença a qualquer momento.''
A médica lembra que na década de 1980 imaginava-se que a doença não existia mais. A falta de vigilância dos sistemas de saúde em todo mundo e principalmente o aumento de pessoas que contraíram o vírus HIV, fizeram a tuberculose voltar a ser uma doença fatal e alarmante.
''Assim como as demais doenças crônicas, a tuberculose pode ser evitada por meio de mudanças no estilo de vida. Interação entre clínicas de diabetes e que tratam a tuberculose também podem evitar a disseminação da doença que tem se manifestado em grandes proporções em países como Brasil, México e Haiti'', finaliza.
(Fonte: Fernanda Borges - Folha de Londrina)

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