Pesquisar este blog

domingo, 23 de maio de 2010

BULAS: cuidado!

Não há quem compre um medicamento e não dê uma olhadinha na bula antes de tomá-lo. No entanto, a cartilha, em vez de ajudar, muitas vezes acaba confundindo o paciente devido a problemas que vão desde as letras pequenas, dificultando a leitura, até a omissão de informações importantes.
A conseqüência é a má administração do remédio, que leva a um efeito insatisfatório ou ingestão excessiva, conforme identificou pesquisa realizada na Unesp, coordenada pela otorrinolaringologista Aracy Balbani.
A especialista esteve à frente de um estudo similar, desenvolvido na PUC, que detectou que parte dos registros de intoxicações por remédios contra rinite eram oriundos da dificuldade de compreensão da letra médica, da confusão entre as drogas e também do não entendimento das bulas.
Na Unesp, Aracy avaliou 25 cartilhas que acompanham descongestionantes nasais (gotas e comprimidos), considerando o formato, as informações e a adequação às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Das bulas analisadas, 18 apresentam uma letra muito pequena e seis são impressas em cores, o que dificulta a leitura. Outras seis cartilhas traziam, além de abreviaturas, termos técnicos no item "informações ao paciente", impedindo a compreensão por um leigo. "Se o paciente não entende a bula, as chances são grandes de tomar o medicamento de forma inadequada", alerta a otorrino.
Quinze cartilhas, o que representa 60% do total, apresentaram alguma falha exigida pelos itens da lei (Portaria nº 110/97).
Na opinião de Aracy, a legislação não apresenta muitas especificações, mas mesmo assim os laboratórios descumprem algumas normas. "Encontramos muitas bulas com letras azuis ou roxas, que também dificultam a leitura", comenta a especialista.
De acordo com a pesquisadora, a Anvisa deveria alterar a legislação e incluir itens importantes, como duas bulas para a mesma droga, uma destinada ao profissional de saúde e outra ao paciente.
"Esperamos que, além dessas mudanças que serão implementadas neste ano, ocorra também uma fiscalização", espera Aracy.
A idéia da otorrino é que a Anvisa forme uma comissão fiscalizadora composta por médicos, farmacêuticos e representantes da sociedade para verificar o conteúdo das cartilhas, de forma a verificar se elas estão cumprindo o papel de informar o público leigo, de forma clara e correta. Aracy também sugere um tamanho mínimo para as letras, espaçamento para as linhas e a obrigatoriedade da cor preta.
(Fonte:maisde50.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário