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sábado, 15 de maio de 2010

GAYS e TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

DIVERSIDADE SEXUAL
Um novo estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard em conjunto com um hospital em Boston, EUA registra que gays têm o dobro de chances de sofrerem com algum nível de transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), um transtorno mental que é caracterizado por memórias constantes dos eventos traumáticos, procurando evitar determinados locais, situações ou pessoas, além de um sentido de vigilância hiperssensível.
O TEPT pode levar ao abuso de álcool e drogas, depressão e dificuldades no relacionamento afetivo e no ambiente de trabalho, se não acompanhado por um especialista.
A prevalência desse transtorno na população em geral (de acordo com dados da pesquisa) gira em torno dos 4% nos homens e 10% nas mulheres. Entre os gays e bissexuais, os números praticamente dobram: 9% entre os homens e 20% entre as mulheres.
Andrea Roberts, principal autora do estudo publicado no periódico American Journal of Public Health, diz que entre as violências sofridas estão os chamados crimes de ódio, bullying no ambiente acadêmico, isolamento social e discriminação e limitação aos direitos de cidadão por parte dos serviços públicos de saúde.
“No caso dos atendimentos nos serviços de saúde pública, alguns gays podem não assumir a homossexualidade perante o médico, o que faz que, durante a consulta, alguns fatores não sejam levados em conta. As questões ginecológicas, por exemplo, podem não ser as mesmas para mulheres heterossexuais e lésbicas”, explica Adriana Nunan, psicóloga e autora de Homossexualidade: do preconceito aos padrões de consumo.
“Quando falamos dos travestis e dos transgêneros, essas questões são ainda mais complexas. Eles, muitas vezes, vivem na marginalidade desse tipo de serviço, por diversas questões, incluindo a própria identidade: ser atendido com base nos documentos de uma pessoa que, para eles, não existe. Isso pode causar constrangimento e eles, de alguma forma, fogem dessa situação”, observa Adriana.
Os crimes de ódio também trazem grande impacto, diz a especialista, pois é uma situação da qual eles não têm controle: é uma violência às suas escolhas. Acabam não falando sobre isso com ninguém: as autoridades responsáveis podem não dar ouvidos e os profissionais que os acompanham – até mesmo os psicólogos – muitas vezes não sabem sua opção sexual.
“O bullying é outro tema complexo: se já é difícil passar pela fase da adolescência, imagine ser adolescente e gay”, pontua.
Adriana lembra ainda que nos EUA, o índice de suicídio entre os adolescentes vítimas de bullying aumentou no último ano. E esses números podem ter também a influência da questão da sexualidade.
No Brasil, a psicóloga lembra que os índices relativos à saúde mental – e da saúde desse público em especial – são ínfimos e mesmo as pesquisas na área deixam a desejar. (Fonte: O que eu tenho? com informações da Harvard School of Public Health/SIS.SAÚDE)

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