A pesquisa se baseou em dados levantados pelo Projeto Saúde Bucal Brasil 2003, o mais atualizado sobre o assunto, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2004.
O levantamento foi feito em 250 municípios de todos os Estados do país e abrangeu 13.471 adultos entre 35 e 44 anos e 5.349 idosos entre 65 e 74 anos. Com as informações, a tese indicou quais fatores tinham relação com a perda dentária em adultos, com a falta de dentaduras e a presença de menos de 20 dentes na boca (edentulismo funcional) em idosos. Para o dentista Rafael da Silveira Moreira, autor da tese, “quem tem menos de 20 dentes não consegue mastigar ou falar de forma eficiente”. Segundo ele, a falta de dentes ainda deixa a estética comprometida.
A pesquisa aponta que a média de perda dentária e edentulismo (ausência de dentes) funcional foram maiores entre os habitantes de cidades pequenas, Estados onde são extraídos mais dentes por habitante e regiões com menor número de dentistas por habitante.
As áreas com mais idosos que têm menos de 20 dentes estão no Nordeste, Norte, Mato Grosso e Paraná. Áreas do Nordeste e do alto das regiões Norte também são as de maior risco de edentulismo funcional.
Já as áreas de alto risco de perda dos dentes são Mato Grosso e Pará, oeste da região Norte, todos os estados do Nordeste, exceto Pernambuco e Bahia. Também há áreas menores na divisa entre Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
E há ainda risco altíssimo entre idosos moradores do interior da Bahia, Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas. Há somente uma mancha de baixo risco, entre o Vale do Paraíba e a Região Metropolitana de São Paulo.
Ainda segundo a pesquisa, mulheres e aqueles que foram ao dentista ao menos uma vez na vida também entram na estatística dos desdentados. Segundo Silveira, isso acontece por que muitas vezes as pessoas procuram serviços de saúde que não conseguem oferecer alternativas à extração – como tratamento de canal.
Pessoas com menos anos de estudo ou que não receberam informações ao longo da vida sobre prevenção contra doenças bucais também se mostraram mais suscetíveis a perder os dentes. Entre aqueles que demoram mais de três anos para ir ao dentista ou só vão em situações de emergência, o risco aumenta também.
O estudo mostrou também que há mais idosos precisando de dentadura e sem acesso a ela nas cidades com menos de 100 mil habitantes, microrregiões em que muitas pessoas só vão ao dentista em situação de emergência e nos Estados onde os adultos têm menor escolaridade.
Essas áreas de risco estão em todo o Nordeste, no oeste da região Norte e no norte de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Há algumas áreas de risco muito baixo em São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Idosos que nunca foram ao dentista têm o dobro de chance de precisar de dentadura e não ter. Também tem mais chance os homens, não-brancos, maiores de 69 anos e que moram em casas com maior número de pessoas por cômodo. Idosos que moram em áreas urbanas tiveram menor risco, mas quando a última consulta odontológica foi realizada no serviço público, o risco foi maior. (Fonte: Portal R7/SIS.SAÚDE)
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