Cientistas americanos descobriram que o câncer de fígado afeta mais os homens porque uma proteína masculina chamada receptor de andrógeno impulsiona a doença diante da presença da hepatite B.
Em um relatório publicado hoje na revista "Science Translational Medicine", os cientistas do Centro Médico da Universidade Rochester indicaram que a descoberta poderá abrir caminho para novos tratamentos contra esse tipo de câncer.
O câncer de fígado ocorre como resultado da infecção provocada pelo vírus da hepatite B e em torno de 74% dos casos atinge homens.
Pela maioria dos estudos, os fatores de risco mais importantes são a idade, o histórico familiar e o consumo de álcool e tabaco.
Até agora nenhuma dessas pesquisas epidemiológicas tinha explicado os mecanismos que impulsionam o desenvolvimento do carcinoma hepatocelular (tumor maligno primário mais comum do fígado) e por que os homens são mais suscetíveis.
Mas esse estudo, liderado por Chawnshang Chank, professor de patologia na Rochester, indicou após testes feitos com ratos de laboratório que o receptor de andrógeno gera o câncer ao alterar a réplica do DNA no vírus da hepatite B.
O receptor de andrógeno desempenha um papel fundamental na ação da testosterona e exerce um profundo efeito em muitos órgãos.
"Nosso estudo é a primeira prova que demonstra uma relação direta entre o câncer induzido pelo vírus da hepatite B e o receptor de andrógeno", manifestou Chang.
"Isto é importante porque até agora todos os esforços estavam centrados na eliminação dos níveis do receptor andrógeno, um tratamento que teve pouco êxito", acrescentou.
Aram Hezel, oncologista gastrointestinal da universidade, ressaltou a importância do estudo porque esclarece algo que até agora não tinha explicação: por que, nas mesmas circunstâncias, o câncer hepático ataca mais homens do que mulheres. (Fonte: ABEAD)
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