Que fumar durante a gravidez aumenta o risco do bebê nascer com problemas respiratórios, infecções auditivas e asma já não é novidade. No entanto, pesquisadores da Universidade de Columbia, em Vancouver, no Canadá, descobriram que fumar durante a gestação pode trazer problema psiquiátriacos e aumentar a necessidade de medicamentos psicotrópicos na infância e na adolescência.
“Estudos recentes mostram que fumar durante a gravidez pode interferir com o desenvolvimento cerebral e do crescimento do feto”, disse Mikael Ekblad, autor do estudo e pediatra da Turku University Hospital, na Finlândia. A equipe do médico coletou informação de todas as crianças nascidas na Finlândia de 1987 a 1989 e acompanhou durante 10 anos arquivos de mães de pacientes com problemas psiquiátricos e crianças que utilizassem drogas psiquiátricas. Os resultados mostram que 12% dos jovens do País usaram drogas psiquiátricas e, desses, 19% foram expostos ao cigarro durante o pré-natal.
Adolescentes expostos ao fumo durante o pré-natal figuravam no grupo de uso intenso de psicotrópicos, especialmente aqueles utilizados para tratar depressão, déficit de atenção, hiperatividade e vício em comparação com jovens não-expostos. O estudo foi apresentado na reunião anual da Sociedade Acadêmica de Pediatria.
A taxa de medicamento psicotrópico utilizado era maior em jovens que as mães fumavam mais de dez cigarros por dia enquanto estavam grávidas (16%), seguido de jovens que as mães fumavam menos de 10 cigarros (14%) e jovens não expostos (11%).
A exposição ao fumo dobrou o risco do uso de drogas psicotrópicas e estimulantes na comparação entre mães que não fumaram e as que fumaram durante a gestação. Quando o número de cigarros consumidos foi acima de 10, o risco triplica. (Fonte: iG São Paulo/Rede ACT)
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