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sábado, 8 de maio de 2010

DISTÚRBIO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO

Os sintomas do distúrbio de processamento auditivo - problemas para prestar atenção e acompanhar instruções, baixo desempenho acadêmico, distúrbios de comportamento e baixa capacidade de leitura e vocabulário - são muitas vezes confundidos com distúrbios de atenção ou até mesmo autismo.
Os pais e professores muitas vezes dizem às crianças que elas precisam prestar atenção - pedem que "mantenham os ouvidos atentos". Mas e se o cérebro de uma criança não souber como escutar?
É esse o desafio para as crianças que sofrem deste distúrbio auditivo, uma síndrome não muito bem compreendida que interfere com a capacidade do cérebro para reconhecer e interpretar sons.
Foi estimado que entre 2% e 5% das crianças sejam portadoras desse problema, de acordo com Gail Chermak, especialista em ciência da fala e audição na Universidade Estadual de Washington, e é provável que muitos casos dessa doença tenham passado sem diagnóstico ou recebido diagnósticos incorretos.
Mas agora a doença está enfim recebendo a atenção que merecia já há bastante tempo, graças em parte à apresentadora de TV Rosie O'Donnell e seu filho Blake, 10, que sofre de distúrbio de processamento auditivo.
Em um prefácio a "The Sound Of Hope", livro da patologista da fala e terapeuta auditiva Lois Kam Heymann, que tratou Blake, O'Donnell relata a maneira pela qual percebeu que havia alguma coisa de errado.
A busca de O'Donnell por maneiras de atender melhor às necessidades do filho a levou a Heymann, e a especialista descobriu que Blake tinha audição perfeita: o seu problema estava em distinguir entre os sons; para ele, palavras como "tamborim" e "tangerina" e "cama" e "fama" pareciam iguais. "A criança ouve que a menina deitou na fama e percebe que não faz sentido", disse Heymann em entrevista. "Mas enquanto ela continua tentando compreender o que ouviu, o professor leva a aula adiante e ela começa a ficar para trás. Os sons que estão sendo distorcidos e interpretados indevidamente afetam a maneira pela qual a criança aprenderá a fala e linguagem".
O cérebro de Blake enfrentava dificuldades para reter as palavras ouvidas, o que resultava em vocabulário limitado e problemas de leitura e para soletrar. Linguagem abstrata, metáforas e até mesmo algumas piadas eram experiências que causavam confusão e frustração.
As crianças com problemas de processamento auditivo muitas vezes são incapazes de filtrar e excluir outros sons. A voz do professor, o ruído de uma cadeira raspando o chão e o das páginas sendo viradas são ouvidos com o mesmo volume. "A reação normal de um pai é questionar por que a criança não ouve", disse Heymann. "Mas ela está ouvindo; o problema é que não ouve a coisa certa".
A solução muitas vezes envolve uma abordagem abrangente, na escola e em casa. A fim de atenuar sons indesejados, faixas de feltro ou bolas de tênis podem ser usadas para amortecer os sons de cadeiras e mesas quando são movimentadas. Os pais tentam simplificar a linguagem que utilizam e evitar metáforas e referências abstratas.
Na casa de O'Donnell, as ocasiões sociais maiores e mais ruidosas, que incomodavam Blake, passaram a ser evitadas. Duas sessões semanais de trabalho com sons e palavras, usando rimas e gestos, o ajudaram a recuperar o atraso em seu aprendizado.
Ajuda na escola é essencial. Uma família do condado de Westchester, Nova York, que pediu que seu nome não fosse revelado para proteger a privacidade do filho, se reuniu com os professores do menino para propor uma série de adaptação, como o uso de um pequeno microfone pela professora a fim de direcionar sua voz mais claramente a um alto-falante na carteira do aluno, a fim de ajudá-lo a distinguir melhor entre a voz dela e o ruído ambiente.
Ninguém sabe o motivo exato para que as capacidades de processamento auditivo não se desenvolvam plenamente em todas as crianças, de acordo com o Instituto Nacional de Surdez e Distúrbios da Comunicação.
Cientistas vêm realizando estudos com ressonâncias magnéticas cerebrais a fim de melhor compreender a base neural do problema e descobrir se existem diferentes variedades do distúrbio.
Afortunadamente, o distúrbio parece ter pouca ou nenhuma correlação com o nível de inteligência. Mas O'Donnell diz que o tratamento não se destina apenas a fazer com que consigam melhores notas na escola.
"Na verdade, o processo afetou definitivamente todo o seu mundo", ela diz, sobre Blake. "Não só o aprendizado. A doença isola a criança da sociedade, das interações. Ao ver a diferença entre o que ele é hoje e sua situação dois anos atrás, e ao imaginar o que poderia ter acontecido se não tivéssemos reconhecido o problema... Acho que ele estaria perdido".(Fonte:The New York Times/notícias.terra.com.br)

2 comentários:

  1. meu filho também tem esse disturbio, com 6 anos de idade ele não falava quase nada, e o pouco que falava não se conseguia entender...hoje ele vai completar 8 anos e já está falando bem melhor, troca algumas letras, mas já se entende o que diz...Faz acompanhamento com fonoaudiologa a 2 anos, que ajudou muito..
    Andréia( americana)

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  2. descobri que meu filho de 6 anos tem esse disturbio, ele tem dificuldades na fala, a escola que estuda hoje a classe tem 24 alunos, como consiguo encontrar uma escola adequada para ele.

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