Metade de todos os americanos pode ser diabético ou pré-diabético daqui a dez anos. Foi o que alertou o relatório de uma companhia de seguros recentemente. A projeção é ainda mais sombria do que a previsão feita pelo Centro de Controle de Doenças, cuja estimativa recente apontava um em cada três americanos com diabetes em 2050.
As taxas atuais mostram que aproximadamente um em cada dez americanos tem diabetes e os riscos aumentam com o decorrer da idade. Até mesmo crianças e adolescentes estão desenvolvendo diabetes tipo 2.
Um relatório divulgado pelo Grupo United Health mostrou que o tratamento da doença ocupa quase 10% de todas as despesas de saúde dos Estados Unidos.
Apesar de tais projeções sombrias, a diabetes é evitável. Mudanças simples nos hábitos de saúde podem diminuir o risco do desenvolvimento de diabetes tipo 2, que ocorre mais comumente com o envelhecimento e o sedentarismo. Diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, não relacionada ao envelhecimento ou estilo de vida. Genética, etnia e história familiar afetam as chances de uma pessoa desenvolver diabetes, mas você pode tomar medidas para reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Confira quatro pontos-chave para gerenciar a doença:
1 – Perca peso - “Quanto mais pesado nós somos, mais difícil fica para o nosso corpo”, analisa Armand Krikorian, especialista em endocrinologia e diabetes. “O organismo tem que fazer mais insulina para manter o açúcar no sangue sob controle”, completa.
A insulina, uma substância criada no pâncreas, move a glicose do sangue para as células de gordura, dos músculos, e do fígado. Mas na diabetes tipo 2 o corpo não responde à insulina e a glicose se acumula no sangue. Pessoas acima do peso são mais propensas a desenvolver diabetes porque a gordura interfere na capacidade do organismo de utilizar a insulina.
Para exemplificar, o médico faz uma analogia: “Você tem um cavalo e lhe pede para correr o tempo todo. Você o chicoteia para correr mais rápido o tempo todo e não consegue correr mais. Quanto mais pesado eu for, mais força meu pâncreas precisa fazer para produzir mais insulina e manter sob controle os níveis de açúcar. A longo prazo, o pâncreas se esgota e é aí que o diabetes aparece”, diz.
“Cerca de metade das pessoas com sobrepeso ou obesas tem pré-diabetes ou diabetes”, conta Mayer-Davis, epidemiologista especializado em diabetes.
Exercícios físicos queimam energia e ajudam o corpo a controlar a glicose. “Você não precisa correr uma maratona”, esclarece Krikorian. “Qualquer quantidade de atividade programada regular já está bom, mas quanto mais, melhor. Meia hora de atividade diária é um bom começo”, exemplifica.
Estudos revelaram que de 7 a 10% de perda de peso corporal já é o suficiente para ajudar muito com a prevenção do diabetes. “Nós não estamos dizendo que você tem para se tornar modelo de revista de moda”, diz Mayer-Davis.
2 – Cuide da qualidade e quantidade dos alimentos - É o mantra da saúde pública: coma frutas e vegetais. Toby Smithson, nutricionista e porta-voz da Associação Americana de Dietética, sugere também comer alimentos ricos em nutrientes, como proteína magra, cereais integrais e laticínios com pouca gordura.
“Todos os alimentos podem caber em uma dieta saudável”, conta. “A chave é a porção, para se certificar de que a alimentação está equilibrada ao longo do dia”, aponta.
Apesar das pessoas terem necessidades dietéticas diferentes, uma orientação geral é de duas porções de leite (ou iogurte) semidesnatado ou desnatado, e de duas a cinco porções de frutas por dia. Além disso, são recomendadas de quatro a doze porções de grãos, feijão e legumes ricos em amido, de três a cinco porções dos demais legumes e de duas a três porções de proteína magra diariamente.
Estudos mostram que uma dieta com baixo teor de gordura reduz o risco de diabetes. “Mas não importa qual o plano de perda de peso que uma pessoa escolhe, contanto que ela reduza as calorias”, aconselha Mayer-Davis.
3 – Procure apoio - As pessoas sabem que devem comer direito e praticar exercício, mas colocar isso em prática é uma luta diária.
Estudos mostram que pessoas em um grupo de intervenção de estilo de vida podem reduzir riscos de diabetes. O grupo aprende formas saudáveis de comer, como praticar exercícios e melhorar de vida. O apoio é mensal.
“A dinâmica de grupo pode compartilhar os métodos que funcionam para eles, seus sucessos e lutas, que podem ser úteis às demais pessoas”, explica Mayer-Davis.
Se você não conhece um grupo de apoio, procure apoio em pessoas próximas – amigos e parentes – que possam encorajá-lo.
4 – Aja agora, antes que você seja diabético - “Se você não quer ter diabetes e acabar tendo de controlar a taxa de açúcar no sangue constantemente, tomar comprimidos e insulina, o momento de agir é agora”, sugere Krikorian. “Pratique exercícios físicos e perca peso. O diabetes é evitável”.
Em geral, cerca de um terço das pessoas que estão na categoria de pré-diabetes desenvolvem diabetes num período de três a cinco anos.
“Estar no grupo de pré-diabetes não significa que você vai desenvolver a doença”, esclarece Krikorian. “Infelizmente, durante muito tempo nós não agimos, apenas quando já é tarde demais. Quando não sentimos perigo iminente, negligenciamos”, conta.
Pré-diabetes significa que você apresenta níveis acima do normal em um dos três testes: HbA1c, glicemia de jejum ou tolerância à glicose oral.
Se você seguiu todos os conselhos aqui citados e mesmo assim desenvolveu a doença, não é o fim do mundo. Diabetes não significa, necessariamente, amputações, cegueira ou hemodiálise. Essas são complicações para os piores casos. Muitas pessoas controlam o diabetes através de dieta adequada e exercícios físicos – e melhoram mesmo sem medicação.
Embora eles não estejam “curados”, são capazes de controlar a doença. “O aspecto positivo é que as complicações podem ser prevenidas”, ressalta Krikorian.
“Ter diabetes não significa que você está condenado a uma vida de sofrimento”, finaliza.[CNN]
“Ter diabetes não significa que você está condenado a uma vida de sofrimento”, finaliza.[CNN]
(Fonte: Rafael Alves -
A difficult task:
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