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sábado, 14 de maio de 2011

FLASH-LAG: "cartão vermelho!"

Experimento verificou flash-lag em condições naturais, como em um jogo de futebol
Na tentativa de diminuir os impedimentos equivocados marcados pelos bandeirinhas, está em desenvolvimento no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP um estudo sobre ilusão de óptica no futebol. O estudo iniciou-se no pós-doutorado do professor Marcus Vinícius Chrysóstomo Baldo, do ICB, realizado em Berkley, na Universidade da Califórnia (EUA), de 1993 a 1995, e estuda especificamente uma modalidade de ilusão de óptica intitulada flash-lag.
“O flash-lag é uma ilusão formada quando comparamos a posição de objetos em movimento com objetos parados, no momento de comparação que acontece após um evento abrupto” explica Baldo. Segundo ele, este evento inesperado demora um tempo maior para ser percebido, por isso, gera uma ilusão de óptica.
De acordo com Baldo, esta é a causa de muitos impedimentos equivocados no futebol. “É como se zagueiro fosse o ponto fixo e o atacante o ponto em movimento. Após o passe, ou seja, após o evento abrupto, o bandeirinha pode enxergar o atacante em movimento meio corpo à frente quando na verdade não está”, exemplifica. O trabalho desenvolvido no ICB foi o primeiro do mundo capaz de comprovar a existência do flash-lag em condições naturais, como em um jogo de futebol.
Esta ilusão foi descrita teoricamente, em 1994, pelo cientista indiano Romi Nijhawan em um artigo da revista Nature. Contudo o nome flash-lag só foi atribuído a este fenômeno após a publicação do estudo de Baldo, em 1995.
A continuidade dos experimentos no ICB rendeu outro artigo, publicado na revista internacional Perception, em 2002, que relacionava o fenômeno com os erros de impedimentos cometidos no futebol. Após a publicação do artigo de Baldo, iniciou-se uma colaboração com um grupo de cientistas belgas, da Universidade Católica de Leuven.
Na Bélgica, são realizados experimentos laboratoriais e em campo com bandeirinhas europeus e a colaboração de times universitários ou de segunda divisão, visando diminuir a incidência de erros de impedimentos nas competições europeias.
Estes treinamentos são realizados presencialmente, porém espera-se que, em breve, possam ser realizados virtualmente. “A viabilização dos treinamentos virtuais ainda depende de testes que demonstrem até que ponto o aprendizado por meio de uma animação em vídeo é eficiente”, afirma Baldo. Caso se comprove eficaz, o método poderá ser realizado na própria residência do bandeirinha, pelo seu computador pessoal.
Testes
A pesquisa em andamento no ICB utiliza os seguintes métodos para a coleta de dados. Primeiro, um grupo de voluntários, geralmente alunos de graduação, estudam o flash-lag por meio de métodos psicofísicos, com o intuito de medir a precisão da percepção dos voluntários. Nesta etapa, um voluntário é colocado na frente da tela de um computador que produz certos estímulos visuais, para analisar as respostas dessas pessoas aos estímulos induzidos.
Após isso, é apresentado a cada voluntário os erros de percepção cometidos em cada exemplo de flash-lag induzido. “Mostrar onde cada voluntário errou é fundamental. Sabendo onde errou, o voluntário poderá tentar reprogramar sua percepção para atenuar os efeitos do flash-lag”, afirma.
Esta fase da pesquisa ainda está em teste e possui o intuito de comprovar se é possível reprogramar a pessoa para que este possa driblar a ilusão ótica. Mais informações: email baldo@usp.br
(Fonte: Marcelo Pellegrini - http://www.usp.br/agen/?p=57136)

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