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terça-feira, 17 de maio de 2011

MALÁRIA: ainda muito presente e mal diagnosticada

A pesquisa explica que achados do exame físico, como palidez e esplenomegalia, característicos da malária
e pouco usuais na dengue, poderiam sugerir o diagnóstico de malária se associados
 à história de deslocamento para área endêmica
[Imagem: Fiocruz] 
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que atualmente a malária é a endemia parasitária mais prevalente no mundo, afetando cerca de 250 milhões de pessoas em mais de 109 países, especialmente na África, Ásia e América Central.
No Brasil, o Ministério da Saúde explica que a doença é endêmica na região amazônica, mas com transmissão esporádica em outras regiões devido à presença de vetores em mais de 80% do território nacional.
Por isso, diagnosticar a doença o mais cedo possível é muito importante.
Porém, um estudo conduzido por Anielle de Pina Costa, pesquisadora da Fiocruz, mostra que essa não é uma tarefa fácil em regiões onde não há uma cultura de malária.
Sintomas da malária
Segundo o estudo, embora a tríade clássica da malária seja constituída por calafrios, febre intermitente e cefaleia, os sintomas da fase inicial (mal-estar, náuseas, tonturas, cansaço, mialgia, febre contínua e sudorese) são inespecíficos e comuns à maioria das síndromes febris agudas, o que pode confundir profissionais de saúde e retardar o seu diagnóstico.
"Tal retardo, comum em áreas onde a doença não é endêmica, pode resultar em doença grave e óbito, também proporcionalmente mais comum na região extra-amazônica", explicam os autores.
O estudo mostra três exemplos onde a malária foi confundida com dengue.
Segundo os autores, os médicos generalistas que atenderam esses pacientes falharam ao não associarem a persistência de febre após sete dias de evolução, não usual na dengue, mas comum na malária não tratada.
Área endêmica
Além da febre, a pesquisa explica que achados do exame físico como palidez e esplenomegalia, característicos da malária e pouco usuais na dengue, poderiam sugerir o diagnóstico de malária se associados à história de deslocamento para área endêmica.
"As três evoluções clínicas que apresentamos aqui ilustram a importância da febre como sinal clínico de emergência médica, em indivíduos provenientes de áreas endêmicas de malária, sobretudo em viajantes provenientes de regiões como o continente africano e a bacia Amazônica", alerta o estudo.

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