A neurose que atinge mulheres no mundo todo, com a ditadura da magreza vendida por modelos e celebridades, agora atinge também as crianças. De acordo com o jornal Daily Mail, um estudo realizado pelo University College London's Institute of Child Health, mostrou que crianças a partir dos seis anos foram hospitalizadas com sintomas relacionados à anorexia e outros distúrbios alimentares.
A pesquisa foi realizada no Reino Unido e na Irlanda, e, ao final de 14 meses de coleta de dados, os pesquisadores se depararam com o alarmante número de 208 casos de crianças, com menos de 13 anos, apresentando precocidade em transtornos deste tipo.
Eles descobriram também que a incidência do problema se concentra essencialmente nas meninas, que representam 82% dos casos, contra 18% de meninos. De acordo com a pesquisa, para cada 100 mil crianças do Reino Unido, três apresentam algum de distúrbio. O número foi publicado no British Journal of Psychiatry.
O Instituto fez mais de três mil contatos para chegar a esse resultado, incluindo hospitais, universidades, pediatras e psiquiatras. Eles descobriram que 37% das crianças apresentam sintomas de anorexia, cerca de 1% bulimia e 43% outras desordens. Os outros 19% também apresentavam problemas, como evitar a comida, mas não necessariamente mostravam preocupação excessiva com o peso.
Quase três quartos da amostra temem ganhar peso, enquanto 67% estão preocupadas com o peso. O estudo constatou que metade das crianças com problemas acabaram sendo internadas. Muitas delas tinham o hábito de usar laxantes, forçar o vômito após comer muito e se recusar a comer.
Uma das preocupações dos especialistas é a forma como essas crianças são influenciadas pela magreza das modelos e celebridades. De acordo com o jornal, ainda não existem ações oficiais para buscar e trabalhar com estes números. Mas os profissionais da área são enfáticos em alertar sobre a importância de uma ação urgente na melhora deste diagnóstico.
Para a Dra. Dasha Nicholls, psiquiatra de crianças e adolescentes que conduziu a pesquisa, ainda é cedo para dizer se houve aumento neste quadro nos últimos anos.
No entanto, ela espera que o estudo possa ser usada como uma base para acompanhar tendências futuras e reforça que, infelizmente, os tratamentos para este tipo de distúrbio ainda são destinado exclusivamente a adolescentes. "Transtornos alimentares na infância não são rápidos e fáceis de serem tratados", avalia, completando: "Para uma minoria de crianças, isso pode ser o início de uma doença grave e duradoura, com índices de mortalidade comparados ao da leucemia", adianta.
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