"LIBERDADE É POUCO!
O QUE EU QUERO AINDA NÃO TEM NOME!"
(Clarice Lispector)
Fazer o próprio horário, respirar o ar puro de um parque e experimentar certa sensação de liberdade, com o vento batendo no rosto e uma paisagem que muda constantemente. Quem decide fazer exercícios fora da academia não cansa de enumerar as vantagens da prática ao ar livre.Em parques ou mesmo nas ruas, não é difícil cruzar com dezenas de outros curiosos que não querem nem passar em frente a uma academia. “O som muito alto e o visual podem afastar determinadas pessoas. Imagine alguém acima do peso em um local cheio de espelhos e com todos aquelas pessoas saradas em volta”, avalia o professor de Educação Física e personal trainer, Miguel Sarkis (CREF 005128-G/SP).
Além disso, a escolha do local de exercícios também varia de acordo com o perfil de cada um. Tem quem precise da sociabilização que a academia promove, mas tem aquele que precisa de momentos de introspecção. Na opinião de professores, é preciso incentivar que todos incorporarem a ginástica no dia a dia, independente do lugar escolhido.
A grande desvantagem de praticar exercícios ao ar livre, de acordo com os especialistas, é a orientação.
“A pessoa não se submete a avaliação médica – obrigatória nas academias – e vai correr ou andar na rua. Com isso, pode ter problemas de coluna, no aparelho locomotor, desenvolver lesões sérias ou até mesmo ter um ataque cardíaco”, alerta Miguel Sarkis, autor do livro “Andar ou Correr”, da Editora Referência. Professor Marcelo Miranda, MS reforça: “o exercício traz uma série de benefícios, mas também tem risco. A orientação profissional minimiza drasticamente esse risco.”
Quem opta por esse tipo de treino deve ficar mais atento, pois está sujeito às mudanças climáticas e também ao trânsito, se estiver na rua. Para o professor Miranda, quem treina em lugares abertos está em busca de autonomia, mas ela deve ser exercida com responsabilidade.
“Nesses casos, a pessoa é a única responsável pela condução do exercício e deve lembrar isso.”
Na opinião dos professores, quem dispensa a academia deveria passar por uma assessoria especializada, que irá observar a avaliação médica e o grau de condicionamento físico do indivíduo para só então montar um treino específico. “Não dá para sair correndo e pronto. Tem de ter preparação, fazer alongamento e aprender técnicas de passada”, alerta Marcelo. Até mesmo a musculação, que parece apresentar menos riscos, pode prejudicar a saúde se realizada sem o devido cuidado. “É possível lesionar a coluna fazendo abdominais”, completa Sarkis.
A recomendação para os praticantes de exercícios em ambientes externos são diversas e vão desde horas suficientes de sono até atenção ao terreno percorrido ao longo da atividade.
Miguel Sarkis diz que leva em consideração as horas de trabalho do aluno, o tempo de sono, o número de refeições, o estado emocional e possíveis dores decorrentes do treino. Além disso, é preciso buscar um local com piso adequado, sem desníveis e buracos, evitar locais inclinados e com muita poluição, fugir das horas de sol forte, hidratar-se corretamente e usar roupas adequadas para a prática de exercícios.
Outra indicação é procurar orientação periódica para mensurar a evolução no objetivo desejado, seja ele perder peso, ou ganhar músculos e condicionamento físico. A pessoa que faz exercícios frequentemente e não percebe que precisa aumentar gradativamente a exigência pode estacionar e voltar ao sedentarismo.
“A evolução no ritmo e na capacidade respiratória é individual. Quem dá cinco voltas em uma praça diariamente vai chegar a um estágio em que, se não aumentar a distância ou a intensidade, não vai evoluir e vai ficar desmotivado”, avalia Marcelo Miranda. (Fonte: Portal da Educação Física)
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