A polêmica sobre o aparente fracasso feminino com os números e as contas surgiu em 2005, quando o economista Lawrence Summers, na época reitor da Universidade Harvard, defendeu que causas inatas estariam por trás da maior facilidade masculina para ciências exatas. De lá para cá, muitos cientistas têm se manifestado contra a afirmação de Summers, sugerindo que a desvantagem das mulheres em áreas como computação e engenharia é determinada por fatores sociais.
A hipótese, no entanto, é difícil de ser comprovada experimentalmente, mas um estudo recente feito pela Universidade de Chicago traz fortes evidências de que o baixo desempenho de meninas em matemática tem origem na falha da didática daquele que ensina.
Os pesquisadores avaliaram, no início e no final do ano letivo, os níveis de ansiedade de 17 professoras americanas de ensino fundamental em relação às aulas de matemática, o que segundo os autores reflete sua insegurança no exercício da disciplina que é a base para as demais ciências exatas.
Os estudiosos analisaram também as notas dos alunos – 52 meninos e 65 meninas – ao longo do ano e a percepção deles no que diz respeito ao estereótipo de que a habilidade com números é uma característica masculina. Os resultados foram publicados nos Proceedings of the National Academy of Sciences.
Ao fim do período letivo, os dados apontaram uma correlação negativa entre os níveis de ansiedade das professoras e as notas das meninas, diferentemente do observado no início do ano, quando a diferença entre os sexos não era significativa.
Segundo os autores, por alguma razão as alunas são mais sensíveis à insegurança das professoras e tendem a reproduzi-la, o que não ocorre com os meninos. Isso foi constatado por meio da análise dos desenhos feitos pelos alunos a pedido dos pesquisadores.
Eles contaram uma história sobre duas crianças: uma muito hábil em matemática e outra que gostava muito de ler. Em nenhum dos casos o sexo do personagem foi definido. Em seguida, os estudantes tinham de desenhar a história. Na ilustração feita no início do ano, não houve predomínio de um ou outro sexo em ambas as histórias, mas o resultado mudou significativamente no segundo desenho feito no final do ano. Nele, a maioria das meninas retratou a criança que gosta de ler como garota e a que prefere matemática como menino. (Fonte: menteecérebro)
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