Nova pesquisa indica que o perímetro cervical é bem mais preciso que o popular IMC para detectar obesidade e suas complicações. A medida do perímetro do pescoço está ajudando médicos a prever risco de obesidade, apneia do sono e hipertensão tanto em adultos quanto em crianças. Um trabalho publicado nesta semana na revista "Pediatrics" comprovou a ligação entre um pescoço mais largo e ocorrência de complicações por excesso de peso.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores tomaram medidas de altura, peso, perímetro de cintura e de pescoço de mais de mil crianças e adolescentes nos EUA. Com base nesses dados, foram estabelecidas medidas-limite para separar crianças com mais ou menos risco de problemas ligados ao excesso de peso.
Assim, um menino de dez anos com mais de 32 cm de pescoço tem 15 vezes mais chance de ter problemas. Os médicos argumentam que a medida do pescoço é mais precisa que o conhecido Índice de Massa Corporal (IMC), usado para classificar peso normal, soprepeso e obesidade.
A medida do pescoço já é usada para detectar gordura visceral em adultos, lembra Marcio Mancini, chefe da liga de obesidade infantil do HC. "É a gordura que você não vê, ou é subestimada. A barriguinha do chope, da prosperidade", diz o endocrinologista.
Muitos adultos com alto índice dessa gordura são homens com pernas finas, que parecem magros. "Eles podem precisar mais de tratamento do que quem tem gordura em outros lugares."
A apneia -pausas na respiração durante o sono- também está ligada ao pescoço mais grosso, com gordura que comprime a faringe e dificulta a passagem do ar. Coisa que também leva à hipertensão à noite, que pode persistir no dia seguinte. A pressão alta foi observada também nas crianças avaliadas pelos pesquisadores.
Para Amélio Godoy Matos, professor da PUC-RJ e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, a medida do pescoço é mesmo melhor do que o IMC. "O índice mede músculo, osso. Posso ter alguém com IMC 30 sem um grama de gordura excessiva no corpo.
"Mas as medidas da cintura e do quadril ainda são mais precisas, diz Matos. "Para quem engorda da cintura para cima, pescoço é excelente marcador", diz. Já se a pessoa tiver mais gordura abaixo da cintura, a relação não é tão boa.
Ainda assim, o endocrinologista reconhece vantagens do método: "Para medir os quadris e a cintura do paciente, é preciso despi-lo".da Folha de S. Paulo. (Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/)
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